Professora Cristiane Aparecida e Silva, do Curso de Farmácia do Unilavras

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O Sul de Minas teve um aumento significativo de novos casos de dengue, conforme os dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. A professora Cristiane Aparecida e Silva, do curso de Farmácia do Unilavras, disse que um dos principais fatores para a atual epidemia é a circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus da dengue - DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, uma situação considerada atípica.

Segundo ela, "Quando uma população que ainda não se infectou com algum destes sorotipos entra em contato com ele, está suscetível a ter a doença. No caso de contato com um segundo sorotipo, o paciente tem maior risco de desenvolver a doença grave, devido a uma resposta exacerbada dos anticorpos produzidos na infecção anterior", afirma.

Além disso, mutações no mosquito Aedes aegypti reduzem a eficácia de inseticidas, enquanto o aumento das temperaturas e a urbanização desordenada criam condições favoráveis para a proliferação do vetor.

A Professora falou também de como tratar a dengue. De acordo com ela, o diagnóstico da dengue exige cuidados específicos. A recomendação é repouso, hidratação e, principalmente, evitar a automedicação. "Não há um medicamento específico para tratar a dengue, por isso, a avaliação médica é fundamental para o manejo adequado da doença", alerta Cristiane.
Medicamentos comuns podem ser utilizados para aliviar os sintomas, mas apenas com orientação médica. "Fármacos que contenham ácido acetilsalicílico devem ser evitados, pois aumentam o risco de hemorragias e complicações", reforça a professora do Unilavras.

Sobre a imunização, a Professora disse que o Brasil é o primeiro país a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público de saúde para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Na rede privada, o imunizante está disponível para pessoas de 4 a 59 anos. Para evitar desperdícios, o Ministério da Saúde ampliou temporariamente a faixa etária: doses com vencimento até abril de 2025 podem ser aplicadas em pessoas de 6 a 16 anos, e aquelas com vencimento mais próximo, entre 4 e 59 anos, conforme a disponibilidade no município.

Questionada sobre como se deve proceder para prevenir a doença, a professora Cristiane Aparecida e Silva falou sobre alguns cuidados a serem tomados para reduzir os casos de dengue, segundo ela, "vale lembrar que algumas medidas são fundamentais como: eliminar água parada, limpando vasos de plantas, garrafas, pneus, calhas e ralos; tampar caixas d'água e tonéis para evitar criadouros do mosquito; usar repelente, principalmente nas áreas expostas do corpo, como braços e pernas".