Vereador Wladimir Canuto, que tomou uma atitude polêmica que repercutiu na mídia brasileira, mas de forma negativa
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Nas duas últimas semanas, os mineiros ficaram perplexos com a atitude de dois políticos, um da cidade de Felício dos Santos, na Zona da Mata, e o outro na cidade de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Em Santa Luzia, o prefeito da cidade invadiu as dependências onde um médico estava e cobrou dele atendimento ao público. O médico alegou que ele estava descansando porque havia acabado de cumprir seu turno e que outro havia assumido, o prefeito demitiu o médico, tudo isso foi gravado por um celular de um assessor do prefeito.
O outro caso foi mais grave e teve consequência: o vereador Wladimir Canuto (Avante), da cidade de Felício dos Santos, na Zona da Mata, invadiu a Sala Vermelha, local onde se faz atendimento de urgência, e no momento uma equipe trabalhava no socorro a um idoso de 93 anos.
O vereador reclamou e questionou porque estavam todos ali e ninguém para atender as pessoas que aguardavam na recepção. O vereador desconcentrou e desestabilizou a equipe que teve que parar para explicar a ele que estavam naquele momento numa emergência médica e que não poderia ser interrompida, mas o vereador continuou a esbravejar. Em consequência da invasão e a interrupção do atendimento, o paciente morreu.
O caso ganhou repercussão nacional e, na quinta-feira, dia 6, a Rádio Itatiaia abordou o assunto e entrevistou o vereador Wladimir, que disse que estava agindo como fiscal do povo e que tinha este direito. Já os funcionários alegaram que Wladimir "agiu com extrema arrogância e desleixo quanto ao risco do paciente, o que desestabilizou a equipe e impediu que o monitoramento fosse contínuo".
Diante da polêmica de que se o parlamentar tinha ou não o direito de invadir o espaço, emissora ouviu também o advogado lavrense Négis Rodarte que é conselheiro seccional da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Minas Gerais (OAB-MG).
Négis afirmou que o vereador tem o direito de fiscalizar, assim como qualquer outra pessoa o trabalho de funcionários públicos. Entretanto, é preciso ter "prudência" e "responsabilidade". "Compete a Câmara Municipal, e aos vereadores, a fiscalização junto ao Executivo e demais órgãos públicos; porém, a conduta não pode transladar da ordem do lícito para o ilícito". Négis disse ainda: "É permitido buscar informações, obter de maneira explícita respostas aos atos dos agentes públicos, mas não é admissível, em hipótese alguma, que com a sua conduta, com a sua fiscalização, cause dano a imagens de terceiros, sejam servidores ou não". Négis ressaltou ainda que a conduta, mesmo que seja para coibir uma imprudência, contribuir para algum resultado "letal ou não", o agente público poderá "responder pelos danos causados, havendo, evidentemente, o nexo de causalidade entre o resultado para com a sua conduta".
A Polícia Civil abriu uma investigação e informou a reportagem da Rádio Itatiaia que está tratando o caso, inicialmente, como homicídio doloso, e que a investigação estava em andamento.
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