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A manifestação realizada ontem, domingo, dia 14 de dezembro, reuniu pautas importantes, mas um tema, em especial, exige destaque urgente: o combate implacável ao feminicídio e à violência contra a mulher.
Os números alarmantes revelam a gravidade da crise na região do Sul de Minas. Foram 18.276 casos de violência contra mulheres registrados de janeiro a outubro deste ano nos 164 municípios do Sul de Minas.
Este número representa um aumento de 1,5% em relação ao mesmo período de 2024 e de 5,2% em comparação com 2023, demonstrando uma escalada da violência.
A preocupação é ainda maior, pois essas estatísticas contabilizam apenas os casos relatados. Sabe-se que inúmeras mulheres não denunciam seus agressores devido a fatores como: medo de represálias; dependência financeira e preocupação com os filhos; vergonha da agressão; desconhecimento dos seus direitos; descrença na punição efetiva do agressor; e "acreditar que seria a última vez".
Uma rápida análise dos arquivos do Jornal de Lavras na região expõe uma sequência de crimes que culminaram em mortes trágicas ou ferimentos gravíssimos, muitos dos quais infelizmente caem no esquecimento.
Em janeiro na cidade de Bom Sucesso, um homem perseguiu a ex-mulher e a atacou a facadas. O agressor tirou a própria vida após o crime.
Em março, em Boa Esperança, uma mulher de 30 anos foi morta pelo ex-companheiro e um amigo, com cortes na garganta e lesões graves.
Em julho em Campo Belo uma mulher de 30 anos foi brutalmente assassinada a golpes de faca por seu ex-companheiro. A vítima possuía uma medida protetiva que foi descumprida.
Em agosto, em Santo Antônio do Amparo uma mulher de 29 anos morta pelo companheiro de 28 anos com múltiplos golpes de faca.
Em novembro, na cidade de Oliveira, uma mulher de 23 anos morta a golpes de faca por motivo fútil, em meio a uma discussão banal.
Na semana passada, em Nepomuceno, uma mulher de 36 anos, mãe de seis filhos, atacada a facadas pelo ex-companheiro por não aceitar o fim do relacionamento e por ciúmes. Segue em estado crítico com perfuração no pulmão.
Os casos evidenciam que a violência muitas vezes parte de ex-companheiros ou parceiros, motivada pela possessividade e pela recusa em aceitar o fim do relacionamento, caracterizando a crueldade do feminicídio.
É imprescindível que as ações de combate à violência contra a mulher sejam prioridade máxima, garantindo a proteção efetiva das vítimas e a punição rigorosa dos agressores e, que tenham o apoio e a solidariedade de toda a sociedade lavrense, indiferente se o grito de urgência contra a violência tenha partido de uma manifestação política, como a que ocorreu em Lavras e em todo o Brasil ontem.
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