Paula Neto, jornalista, radialista e coordenador da Equipe Futebol Emoção da Rádio Cultura. Colaborador do Jornal de Lavras neste período de Copa do Mundo

EU (NÃO) ACREDITO!

Ser engenheiro de obra pronta ou profeta do acontecido é muito fácil, mas comentar uma derrota humilhante do Brasil frente à Alemanha acaba sendo fácil. Fácil? Sim, porque uma equipe jogou e a outra ficou assistindo.

Para quem acompanhou as minhas opiniões aqui no Jornal de Lavras vai lembrar que eu sempre falava do fraco futebol da Seleção Brasileira. Tenho certeza que eu não era o único que via assim, porque o torcedor brasileiro é sempre um conhecedor do futebol e via no Brasil uma seleção sem futebol, sem fibra e com vários jogadores em má fase. A diferença maior fica aqui porque saber jogar bola todos sabem, uns mais outro menos, mas a má fase faz parte da carreira do jogador, por um ou mais motivos que talvez o próprio atleta não saiba.

Sinceramente eu não sei o porquê de um jogador (?) desconhecido aparecer na Seleção e como titular: Hulk. Eu citaria aqui, pelo menos, cinco outros jogadores melhores e mais credenciados para serem convocados. Vou fazer a lista: Kaká, Robinho, Ronaldinho Gaúcho, Lucas, Luiz Fabiano, Everton Ribeiro e outros, mas o Hulk deve ter um empresário de peso e hoje quem escala a Seleção Brasileira são os patrocinadores e empresários. Duvidam que assim seja? Então relembrem que o jogador em questão, tão logo foi convocado teve seu passe vendido e por uma quantia fabulosa. Não tenho dúvida que por trás de uma escalação, tem dinheiro e muito.

O Brasil entrou em todos os jogos com seis jogadores, porque Fred (principalmente), Daniel Alves, Paulinho, Neymar (pela sua individualidade e em prejuízo do futebol coletivo) e Hulk (que só tem, para as mulheres, uma bunda bonita), não jogaram o que todos esperavam deles. Assim sendo fica difícil jogar futebol quando se tem seis contra onze.

Qual o jogo que o Brasil jogou bem? Nenhum. Ficou, tão somente, nos primeiros tempos dos jogos contra o Chile e Colômbia. É muito pouco para quem quer ser campeão mundial.

Do outro lado a Alemanha mostrou em todos os jogos um profissionalismo a toda prova e fazendo do futebol um objetivo final, que é a conquista do título máximo no esporte paixão. Um futebol compacto e até previsível, mas envolvendo a todas as equipes que enfrentou. Eu temia pelo Brasil, porque estariam em campo uma das piores Seleções da Copa frente a melhor. A equipe alemã é ainda mais favorita.

Claro que ninguém, inclusive a Mãe Diná, preveria uma derrota massacrante, humilhante e outros adjetivos qualificativos e depreciativos. A goleada foi mais uma peça que o futebol, e somente ele, pregou agora em nós brasileiros.

Culpar aos jogadores, a comissão técnica, o departamento médico e outros assessores é fácil e não acho que são culpados. Os únicos culpados são os dirigentes da CBF que fazem do futebol uma galinha de ovos de ouro e tão somente isto. Ganha milhões e milhões com o futebol e não sabem respeitá-lo. Não temos um calendário e sim um massacre ao nosso futebol, ao jogador. Será que os dirigentes não vêm isso? Claro que sim, mas o fator financeiro prevalece e a eles isso pouco importa o futebol.

As mudanças precisam acontecer e tenho certeza que aqueles que estão exigindo uma modificação no nosso sofrido calendário, vão partir para cima da CBF e claro que agora alguma coisa vai mudar.

Para finalizar digo que faltou humildade ao Brasil, porque até hoje se pensa que temos o melhor futebol do mundo e podemos ganhar o dia e hora que quisermos. Isso já não é real. Podemos ter os melhores jogadores individualmente, mas quando chega o coletivo não enxergam a crescente mudança tática mundial, ou seja, todos acompanharam menos o Brasil.

Tomara que esta derrota não seja um motivo para que o povo brasileiro vá para as ruas e os vândalos aparecerem para promover uma quebradeira sem fim. Tomara!