As ruas não ficarão mais sujas e colocará fim ao espetáculo deprimente do sofrimento de animais. Fotos: Lara Pimenta
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Em cidades históricas e estâncias hidrominerais, uma das atrações oferecida aos turistas era um passeio pela cidade visitando os principais pontos turísticos a bordo de uma charrete. Com o advento do WhatsApp, do celular que registra com fotografias e filmagens, outro lado desses passeios começou a ser denunciado: o sofrimento dos animais que passavam o dia puxando as charretes com seis, sete e até mais pessoas.
Cenas de cavalos exaustos que caíam no chão depois de passar horas sem água e comida e carregando pessoas, sempre estão sendo postadas nas redes sociais. Grupos de ativistas passaram a promover até boicotes a essas cidades. As denúncias começavam a chegar ao Ministério Público e nas Organizações Não Governamentais (ONG) de defesa dos animais, com grande destaque na imprensa.
Por outro lado tem quem defende os charmosos passeios de charrete em cidades históricas, eles alegam que isso faz parte de uma tradição cultural que não deve ser perdida, mas estes mesmos defensores, vislumbravam a possibilidade de abrir um espaço a outras práticas que não trouxessem desconforto e sofrimento aos animais.
Agora a cidade de Tiradentes dá exemplo: com o objetivo de desenvolver soluções sustentáveis e inclusivas para a cidade histórica de Tiradentes, preservando o patrimônio cultural e protegendo o bem-estar animal, a cidade recebeu oficialmente, na manhã de hoje, sexta-feira, dia primeiro, o protótipo da carruagem elétrica. O evento representou um marco fundamental no projeto "Transição da Tração Animal para a Inovação (Protótipo - Tiradentes)", que vai eliminar o uso de veículos de tração animal.
O protótipo não implica substituição imediata das charretes tradicionais, mas inaugura um caminho responsável e participativo para a transição, com foco na sustentabilidade e no respeito às famílias que dependem dessa atividade. A doutora Luciana Imaculada de Paula, Coordenadora da Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais do Ministério Público de Minas Gerais (CEDA), esteve hoje no lançamento e destacou que o diálogo foi fundamental em todo o processo que culminou neste momento.
"Esse movimento pela substituição das charretes começa no conflito entre proteção animal e as famílias que precisam dar continuidade ao trabalho, em razão do seu sustento", disse ela, que completou: "Buscamos uma solução que atendesse às necessidades de quem participa de todo o processo. Foi tudo feito em conjunto com os charreteiros".
O projeto reflete o compromisso da cidade com a abordagem de saúde única, integrando o bem-estar animal, humano e ambiental. Com a participação ativa da Associação de Charreteiros de Tiradentes e da Prefeitura Municipal, a mudança está sendo planejada com cautela, de forma justa e colaborativa, considerando as necessidades dos trabalhadores locais.
"Este momento é apenas o primeiro passo de uma transição muito importante e necessária, marcando o início de uma jornada com desafios e conquistas pela frente", disse Brenda Sampaio, Advogada do Instituto Arbo, responsável pela execução do projeto. Uma das etapas seguintes do projeto, por exemplo, é a destinação dos cavalos para adoção responsável.
Estiveram presentes na entrega do protótipo o Promotor de Justiça da comarca de São João del-Rei, Adalberto Leite, o Prefeito de Tiradentes, Nilzio Barbosa, a Coordenadora da Coordenadoria Estadual de Defesa dos Animais, Luciana Imaculada de Paula, o Presidente da Associação de Charreteiros de Tiradentes, Reginilson Ramalho, a Diretora-presidente do Instituto Arbo, Patrícia Reis, a Diretora Jurídica do Fórum Animal, Ana Paula Vasconcelos, e o Deputado Estadual Noraldino Júnior (PSB).
O projeto "Transição da Tração Animal para a Inovação (Protótipo - Tiradentes)" é executado pelo Instituto Arbo (@instituto_arbo) e conta com o apoio do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (@caoma.mpmg) e da Coordenadoria Estadual de Defesa Animal (@cedampmg) do Ministério Público de Minas Gerais (@mpmg.oficial), por meio do Semente (@novosemente).
O Semente é uma iniciativa do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente (CAOMA) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em parceria com o CeMAIS, para recebimento de projetos socioambientais de instituições do terceiro setor. Para tanto, utiliza-se uma plataforma virtual com amplo acesso em todo o Estado. Hoje o Semente é considerado o maior banco de projetos socioambientais de Minas Gerais.
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