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Matéria Jornalística /


Publicada em: 04/03/2024 11:18 - Atualizada em: 04/03/2024 19:27
Há 50 anos era inaugurada a ponte Rio-Niterói - confira as histórias de um morador de Lavras que trabalhou na construção da ponte
A reportagem do Jornal de Lavras conversou com um funcionário do consórcio Guanabara, que construiu a ponte

Ponte Presidente Costa e Silva, Rio-Niterói, que hoje completa 50 anos. Fotos: Divulgação e Cedoc

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Hoje, dia 4 de março de 2024, está fazendo 50 anos que foi inaugurada a maior ponte do Hemisfério Sul, a ponte Rio-Niterói, uma obra que é um marco da engenharia nacional e detém recordes importantes, como ter maior vão em viga contínua do mundo e ser uma das maiores pontes do planeta em volume espacial, ou seja: área construída. A obra iniciou em 23 de agosto de 1968 e foi concluída no dia 4 de março de 1974.

Com mais de 13 quilômetros de extensão, essa é a maior ponte sobre águas da América Latina. Além disso, ocupa o 11º lugar no ranking internacional nesse quesito. Ela é considerada a maior do mundo em viga reta contínua (o vão principal da ponte, em viga metálica soldada, possui 300 metros de comprimento). Trabalharam na construção da ponte mais de 10 mil funcionários, além de engenheiros. O maior pilar tem a altura de 72 metros, a altura de um prédio de 24 andares. Ela tem 13.290 metros de extensão, sendo desses, 8.836 sobre as águas da baia de Guanabara. São 1.152 vigas, 1.138 tubulões no mar e 103 conjuntos bloco-pilares no mar. 

Mas não é somente o tamanho dessa obra que impressiona. Sua relevância histórica no desenvolvimento da infraestrutura brasileira também merece ser exaltada. Quando ela foi inaugurada a ponte recebeu no seu primeiro ano uma média de 20 mil veículos por dia, atualmente são mais de 150 mil veículos que trafegam diariamente por ela.

O Jornal de Lavras conversou com o senhor José Maria Freitas, de 85 anos, ele nasceu em Nazareno, no ano de 1938, mas seus pais foram morar em Barbacena. Senhor Nenzinho, como é conhecido, saiu de casa ainda jovem, com 19 anos e foi trabalhar na construção da Hidrelétrica de Itutinga, em 1957. Com 32 anos foi morar em Niterói (RJ), onde se casou. Em Niterói foi trabalhar na construção da ponte.

Ele disse que qualquer pessoa que se apresentasse num dos canteiros de obras, que eram muitos, segundo ele, saía de lá empregado, tamanha era a necessidade de mão-de-obra.

Ele disse que tudo parecia uma bagunça, muita gente trabalhando em diversos pontos, mas na verdade, era tudo muito organizado. Disse que era um consórcio chamado Construtora Guanabara, formado das maiores construtoras do país naquela época: a Mendes Júnior, a Camargo Correa e a Construtora Rabello, onde ele foi fichado.

Questionado sobre o número de acidentes de trabalho na construção da ponte, o senhor Nenzinho disse que existe uma lenda sobre isso, segundo ele, falavam que era algo em torno de 380 pessoas, mas ele afirmou categoricamente que foram 33 mortes ocorridas durante a construção.

Mas ele fez uma ressalva: disse que antes da Construtora Guanabara, havia um consórcio formado pelas construtoras Ferraz Cavalcanti, Construtora Brasileira de Estradas, Empresa de Melhoramentos e Construções S.A. e Servix Engenharia S.A, nesta época havia um controle rigoroso para não divulgar informações sobre acidentes de trabalho, que era amparado pela censura que existia na época.

Questionado sobre a inauguração da ponte, o senhor José Maria disse que não participou e nem assistiu a inauguração, pois, segundo ele, no final de 1973 e início de 1974 foram dispensados milhares de operários, inclusive ele, eles foram dispensados à medida que a obra chegava ao seu final. "Como eu e a maioria trabalhávamos com serviço pesado e a demanda no final era de outro tipo de serviço, fomos dispensados".

Ele contou que atravessou a ponte pela primeira vez somente dois anos depois de sua inauguração, disse que quando foi dispensado, mudou em fevereiro com a família para Goiás, onde foi trabalhar na construção de um grande abatedouro.

"Eu atravessei a ponte pela primeira vez em 1976, quando fui para a região dos Lagos a passeio, senti muita emoção ao passar sobre aquela obra gigantesca que eu ajudei a construir", disse.

"Eu não vi a inauguração, mas vi de perto, muitas vezes, sobretudo no final da obra, a presença de muitos políticos na ponte, como os ministros Mário Andreazza e Eliseu Resende, além do Chagas Freitas e o Faria Lima".

Hoje o senhor Nenzinho mora em Lavras com sua filha e genro, ele disse que se pudesse, voltaria a trabalhar em canteiros de grandes obras, disse que se arrepende de não ter ido trabalhar em Itaipu, disse que foi convidado, mas optou por trabalhar em Goiás.

A filha do senhor José Maria Freitas não autorizou que ele fosse fotografado devido a uma paralisia facial que ele está tratando, inclusive hoje, ele está em Belo Horizonte na casa de um filho que vai acompanha-lo no tratamento.

 

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