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Publicada em: 16/03/2023 18:02 - Atualizada em: 16/03/2023 21:44
Dengue em Lavras e microrregião tem aumento exponencial
Autoridades de saúde do município devem se ater a exemplos do passado para conter uma provável explosão de casos, como ocorreu no final de 2015 e início de 2016

Professora e doutora Joziana Muniz de Paiva Barçante, pesquisadora na área de Doenças Infecciosas e Parasitárias no Departamento de Medicina da Universidade Federal de Lavras é referência nacional em se tratando de doenças infecto parasitárias e doenças negligenciadas

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Os casos de dengue aumentam rapidamente no município de Lavras e em toda nossa microrregião. Até 12 de março, Minas Gerais registrou 83.911 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) da doença. Desse total, 25.265 casos foram confirmados. Há nove óbitos confirmados por dengue em Minas Gerais e 40 óbitos em investigação.

Em relação à febre Chikungunya, foram registrados 27.514 casos prováveis da doença, dos quais 7.555 foram confirmados.

O primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Lira) de 2023, divulgado em 28 de fevereiro pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), alerta para a necessidade de combate ao mosquito transmissor do vírus Dengue e de outras doenças.
Dengue caracteriza-se por ser uma doença de início súbito, com febre, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, que em alguns dias após evoluiu com cansaço, náuseas, perda de apetite e termina com uma coceira pelo corpo. Infelizmente, mesmo passando por tudo isso, como a doença não leva à imunidade definitiva, uma nova infecção ocorrer e de forma ainda mais grave. Em Lavras, já observamos uma maior procura às unidades de saúde e aos Prontos Socorros por pessoas com os sintomas acima e com confirmação diagnóstica. Como consequência, os mosquitos presentes no ambiente picam essas pessoas doentes se infectam e transmitem o vírus para várias outras pessoas. Um ciclo que infelizmente pode ser muito grave e inclusive levar à morte. Ações rápidas precisam ser tomadas pelas autoridades municipais e pela população a fim de controlar a transmissão e reduzir o número de casos.

Existem cinco sorotipos do vírus Dengue, dos quais quatro ocorrem no Brasil: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Cada pessoa pode se infectar mais de uma vez, se entrar em contato com sorotipos diferentes, o que aumenta o risco de novas infecções incluindo dengue grave.

O grupo de pesquisa Nupebe/Ufla, coordenado pela professora doutora Joziana Muniz de Paiva Barçante, cientista e referência nacional em doenças infecto parasitárias e doenças negligenciadas executa projetos de pesquisa e de extensão no município de Lavras e região, com doenças como, por exemplo, as Leishmanioses animal e humana, Covid-19, Esporotricose (doença do gato) e Dengue.

Segundo a professora Joziana: "Dengue é uma doença considerada negligenciada pela OMS, e como todas as outras que estão nessa mesma categoria, acaba acometendo em maior número populações vulneráveis e que têm menos acesso aos serviços de saúde. Para muitas dessas doenças, a ausência de diagnóstico e a dificuldade de acesso aos medicamentos, leva a uma demora no tratamento que pode deixar sequelas mais severas ou levar a morte".

No caso de Dengue, estratégias como a utilização de armadilhas para identificar as larvas dos mosquitos podem predizer o risco de ruas e bairros apresentarem aumento dos casos de pessoas infectadas pelo vírus Dengue, possibilitando assim, ações dos agentes de saúde e aplicação do fumacê em locais de maior risco. Ainda segundo a professora Joziana é necessário eliminar os criadouros dos mosquitos e diminuir sua proliferação. Só assim iremos diminuir a incidência dos casos e com isso caminharmos para o controle da doença. Lembra ela que qualquer recipiente que acumule água pode ser um criadouro em potencial e deve ser eliminado. Então, devemos estar atentos a copos e sacos plásticos no ambiente, pneus, garrafas e inclusive lonas como coberturas de piscinas e caixas d'água, que se não estiverem bem esticadas, também acumulam água e servem de criadouros.

No enfrentamento à doença, além da atuação direta da Vigilância em Saúde, ações conjuntas entre a população e as diversas secretarias devem ser instituídas, principalmente nos locais com aumento do número de casos. Nesses locais são essenciais os mutirões de limpeza e as ações educativas nas escolas e junto à comunidade.
Em 2019, uma série de ações coordenadas pelo gerente de Vigilância em Saúde, Júlio Wallwitz em parceira com Ufla permitiram a colocação de armadilhas para identificação dos focos e a contenção de diversos potenciais surtos na cidade. Foram realizados mutirões de limpeza (clique aqui), atividades nas escolas e praças de diversos bairros e a aquisição de uma caminhonete e uma bomba para aplicação do fumacê, para que as ações pudessem ser coordenadas localmente. Ainda por meio da profícua parceria o gerente Júlio foi convidado a falar sobre prevenção de doenças na recepção de calouros da universidade (clique aqui).

O aumento do número de casos de Dengue é um risco para toda população, não só de Lavras, como de toda a microrregião. Ações em conjunto e a expertise de profissionais e cientistas podem minimizar mais um surto de uma velha conhecida doença que vez por outra bate às nossas portas.

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