Deputado no  Congresso durante seu pronunciamento no Dia Internacional da Mulher

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Na manhã desta quinta-feira, dia 9, deputados federais apresentaram uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o parlamentar mineiro Níkolas Ferreira (PL-MG), após o discurso feito por ele no plenário nesta quarta, dia 8, ter sido considerado ofensivo e transfóbico.

O polêmico deputado Níkolas Ferreira, que foi o deputado federal mais votado em Lavras, durante sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, enquanto estava no púlpito, colocou uma peruca loira e declarou que, a partir daquele momento, teria "lugar de fala". Em seguida, falou de forma irônica sobre as mulheres trans: "Hoje eu me sinto mulher. Deputada 'Nikole'. E eu tenho algo aqui muito interessante para poder falar. As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres".

O pronunciamento de Níkolas está sendo considerado desrespeitoso às mulheres ao tratar de forma jocosa as mulheres trans, aos seus colegas de Câmara por ter usado a tribuna para seu ato e principalmente ao povo brasileiro. A deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP) reagiu e chamou Nikolas Ferreira de "nojento" e classificou a fala como "preconceituosa, absurda, criminosa e nojenta".

Nas redes sociais a parlamentar paulista escreveu: "A transfobia ultrapassa a liberdade de discurso garantida pela imunidade parlamentar. Afinal, transfobia é crime. Eu, ao lado da bancada do PSB, estou entrando com um pedido de cassação do mandato do deputado Nikolas Ferreira!", publicou.

A queixa-crime foi feita pelos deputados Tábata Amaral (PSB-SP), Duda Salabert (PDT-MG), Duarte Júnior (PSB-MA) e pelo Senador Alessandro Vieira (PSDB-SE).

O deputado, que tem se mostrado pueril desde o dia que foi empossado, quando ficou segurando uma placa com os dizeres "fora Lula" numa sessão solene, onde não caberia tal manifestação, foi hoje às redes sociais para se pronunciar sobre o assunto.

No twitter publicado durante a madrugada, Nikolas disse ter apenas defendido o direito das mulheres e que não havia transfobia na sua fala. "Defendi o direito das mulheres de não perderem seu espaço nos esportes para trans - visto a diferença biológica - e de não ter um homem no banheiro feminino. Não há transfobia em minha fala. Elucidei o exemplo com uma peruca (chocante). O que passar disso é histeria e narrativa", escreveu.

Níkolas Ferreira recebeu 5.559 mil votos dos lavrenses. Níkolas, que foi empossado no dia primeiro de fevereiro, já pronunciou que fará tudo para inviabilizar o governo federal, demonstrando claramente que fará uma política do "quanto pior, melhor". Além de ter ostentado em sua posse uma placa com os dizeres "Fora Lula", ainda disse à imprensa: "Paz não vai ter, vai ter guerra", demonstrando que não está disposto a trabalhar pelas cidades que ajudaram a elegê-lo e sim tumultuar.