Um cenário que chamou a atenção do público

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O Grupo Teatro Construção apresentou no último domingo, dia 23, a peça "Vidas ao Mar", uma triste história do pescador que se encantou com o canto da sereia mais sedutora dos mares, Iemanjá. O espetáculo ocorreu na Praça dos Ipês, bairro Residencial Santana. O objetivo é expandir a cultura teatral por Lavras, dando outra opção de lazer para a população.

Na plateia, os moradores do bairro ficaram atentos a cada cena que acontecia no palco, eram espectadores de diversas faixas etárias, incluindo crianças e idosos, que participaram ativamente do espetáculo.

Betânia, moradora do Residencial, disse que os moradores estão se mobilizando para deixar o palco daquele bairro em boas condições para receber novas apresentações de teatro que, segundo ela, são importantes para a difusão da cultura e união entre as pessoas.

"O palco nunca foi utilizado, acho até uma dó porque o palco está aí, nós já estamos trabalhando na infraestrutura. Para isso, temos uma caixinha e queremos arrumar esse palco, justamente pra isso, para receber arte. O teatro próximo de casa traz conforto e praticidade. Aí num finalzinho de domingo a gente vem pra praça, revê os amigos aqui do bairro e assiste a um espetáculo, eu acho que essa peça em específico tem uma sensibilidade no texto, é maravilhoso. Pra gente que captou a mensagem acho que ela bateu e arrepiou", disse.

Segundo a atriz Laura Diniz, a energia da Praça dos Ipês caiu alguns minutos antes da apresentação iniciar, sendo necessária a ação rápida de dois moradores donos de um armazém que cederam a energia do estabelecimento para que o espetáculo pudesse ser realizado.

"Minutos antes da apresentação, a energia aqui da praça caiu. Acho que sobrecarregamos o sistema, tivemos que cancelar algumas luzes para conseguirmos operar", relembra.

Marina Rufato lamenta o fato do grupo ser dependente da energia elétrica local, mas destacou o empenho dos moradores na busca por uma solução para o problema inesperado.
"Nós temos uma dificuldade muito grande porque somos dependentes da energia local e foi uma coisa que fugiu do nosso controle. Acabou que posteriormente nós conseguimos energia com dois moradores, donos de um armazém que nos cederam energia suficiente para o momento da apresentação da peça. Eu achei muito bacana assim, como o bairro se mobilizou, não só o pessoal do armazém, mas vieram falar com a gente, perguntar se já tinha consertado, as pessoas estavam ali realmente querendo ajudar e contribuir de alguma forma", se emocionou ao descrever a situação.

Luciana, espectadora que veio do Jardim Eldorado para prestigiar a peça, destacou o fato do público ter ficado atento a tudo que ocorria no palco.

"Eu achei muito legal, o pessoal estava prestando muita atenção, tinha gente emocionada. Achei muito legal, as crianças maiorzinhas estavam todas sentadinhas ali na frente, prestando atenção bonitinho concentradinho", relembra.

Que é que me dão para levar pra Dona Janaína lá no fundo do mar? O mar tem encantos que a própria razão desconhece, e disso, qualquer pessoa pode saber. Afinal, em águas profundas se descobrem amores, saudades. Também se descobre a força da proteção de uma prece vinda do amor verdadeiro, e como esse mesmo amor pode salvar ou levar à perdição.

O espetáculo em questão é um drama que mesmo sem faixa etária definida, conseguiu gerar nas crianças uma curiosidade e, de certa forma, um entendimento com as questões tratadas no texto. Por carregar uma musicalidade, os pequenos repetiam os refrões das músicas junto dos atores e batiam palmas para acompanhar.

Ao fim, os espectadores e os integrantes do Grupo Teatro Construção voltaram às suas casas com a sensação de que aquela foi uma boa apresentação, conseguindo encantar e se encantarem. Algo naquele lugar mudou, seja a consciência sobre o espaço, seja o entendimento das necessidades ou afeto que a arte pode proporcionar. O GTC está trilhando novos caminhos e em breve pode se apresentar no seu bairro. Além disso, vocês podem sugerir espaços para que eles se apresentem através das redes sociais do grupo, principalmente pelo instagram @teatroconstruc

Texto e fotos: Jornalista Leonardo Assad