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Matéria Jornalística /


Publicada em: 08/09/2022 10:39 - Atualizada em: 16/09/2022 14:05
História de Lavras: em comemoração aos cem anos de rádio no Brasil, conheça a história dos 76 anos do rádio na cidade
O rádio é o companheiro dos solitários, do homem do campo, do motorista no trânsito estressante e de muitos outros em muitos outros momentos do cotidiano

"No ar: ZYI-6, Rádio Cultura D'Oeste de Lavras, uma emissora da Cadeia Verde Amarela de Transmissão"

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 @jornaldelavras     @jornaldelavras   (35) 99925.5481

 

Por: Eduardo Cicarelli

O dia 7 de Setembro comemorado ontem em todo o país foi muito especial para todos os brasileiros, pois foi comemorado o segundo centenário da Independência do Brasil e o primeiro centenário da Rádio Brasileira: foi no dia 7 de setembro de 1922 que ocorreu a primeira transmissão de rádio no Brasil, foi no Rio de Janeiro e o feito foi para comemorar o primeiro centenário da Independência do Brasil.

E a história da centenária transmissão da Rádio Brasileira não pode ser contada em Lavras se não for mencionado alguns nomes e também alguns fatos.

Quando o primeiro sinal de TV chegou a Lavras, no dia 9 de janeiro de 1956, transmitindo a programação da TV Itacolomy de Belo Horizonte - graças aos trabalhos dos técnicos Rafael Mendes dos Santos, José Maria dos Santos e Ruy Mendes dos Santos – era voz corrente na cidade: "agora a rádio acaba", fato que não se concretizou, a rádio continuou firme ocupando seu espaço.

Com a chegada da internet, nos anos 90, muitos profetizaram que seria o fim da rádio, o que também não aconteceu, mas a internet acabou (quem diria) foi com o jornal impresso. Em Lavras a internet colocou fim a 131 anos de história do jornal impresso, desde o primeiro jornal lançado na cidade, no dia 13 de fevereiro de 1887, "O Lavrense", até o fim com a Tribuna de Lavras, em 2018. Mas a rádio se manteve firme.

A primeira notícia de rádio em Lavras é datada de 1 de janeiro de 1930, quando se fundou o Hotel Hermeto, na praça Augusto Silva, pelo empresário Raul Hermeto. Este hotel destacava-se por possuir uma geladeira da marca GE e um aparelho de rádio da marca "Metrone", para servir os seus hospedes. O aparelho ficava na sala do hotel e os hóspedes ao lado do notável aparelho ouvia as notícias da então capital brasileira, o Rio de Janeiro.

Com o passar dos anos, as famílias mais abastadas adquiram aparelhos de rádio, e um deles, pertencia a Nazareno Zucari, que morava na rua do Cônego, hoje Comendador José Esteves. Nazareno Zucari colocava o aparelho na janela de sua casa para que os moradores daquela rua pudessem ouvir as notícias e as músicas, e foi no dia 29 de julho de 1938, que os lavrenses se acotovelavam embaixo da janela da casa do Nazareno Zucari e reunidos em pequenos grupos espalhados pela cidade, em torno dos raros aparelhos de rádio, ouviam perplexos a notícia do fim do lendário Virgulino Ferreira, o "Lampião".

Também em 1938, o imigrante italiano Ernesto Mattioli, que morava num casarão na esquina da Comendador José Esteves com rua Manoel Alves, e que era possuidor de um aparelho de rádio, o colocava na janela de sua casa para que muitas dezenas de pessoas pudessem acompanhar a transmissão da Copa do Mundo de 1938, transmitida diretamente da França.

O questionamento da época era: "como a voz viaja pelos fios e como será uma rádio?".

Esta pergunta só foi respondia aos lavrenses anos depois, quando um grupo de pessoas de Lavras se reuniu, no dia 30 de junho de 1946, para fundar a primeira emissora de rádio da região, a Rádio Cultura, emissora que entrou no ar no dia 26 de janeiro de 1947. Por iniciativa do empresário Paulo de Castro, foi inaugurada a Rádio Cultura D'Oeste de Lavras, com o prefixo ZYI-6, sendo seus primeiros locutores Eucídio Grandi e Wanderley Valeriano e, como técnico, Walter Mendes dos Santos, conhecido por Nato.

A partir daquela data a Cultura passou a fazer parte de todas as famílias lavrenses, no esporte, nas reuniões da Câmara Municipal, nos anúncios fúnebres, nos programas de auditório de J. Mattioli e nas despedidas, como aconteceu no dia 18 de novembro de 1971, quando o radialista e compositor Osmar Alves, que durante muito tempo foi apresentador na Rádio Cultura de Lavras, do programa de música sertaneja de maior audiência na região, "Prelúdio Sertanejo", deixou este mundo terreno. Não podemos esquecer também de outro apresentador sertanejo: Cleber Juarez, que partiu no dia 21 de dezembro de 2012.

Foi assim também no dia 25 de agosto de 1980, quando Leon Jofre Avayou, um dos integrantes do grupo que se reuniu em 1946 para fundar a emissora, também partiu.

Foram muitas partidas de pessoas que passaram pela emissora. No dia 12 de maio de 1998 morreu o jornalista Elcídio Grandi, um dos primeiros locutores da Rádio Cultura. Ele era pintor, escultor, fotógrafo e desenhista projetista. Amante da arte e possuidor de grande sensibilidade; era um "colecionador de coleções". Com a experiência adquirida através dos microfones da Cultura, Elcídio trabalhou em emissoras de rádio da Argentina, Uruguai e Paraguai. No Brasil, trabalhou nas principais emissoras do país, tais como: Tupi, Nacional e Globo, nesta última criou uma vinheta que se tornou conhecida por todos: "O Globo no ar", que até hoje é utilizada pela emissora carioca. Elcídio Grandi era lavrense, filho de Américo Grandi e Carlinda Andrade Grandi, morreu aos 75 anos de idade.

A Cultura, com o passar dos anos, ganhou irmãs, como a Rádio Rio Grande: a segunda emissora da cidade e a primeira FM no dia 4 de maio de 1984, entra no ar em caráter experimental. A instalação da Rio Grande FM foi uma iniciativa dos empresários Leonardo Venerando Pereira, José Santana, Sérgio Morel Vitorino, Ismael de Azevedo Alves e Édio do Nascimento Birindiba. A emissora entrou definitivamente no ar no dia 31 de maio daquele ano.

A rádio Rio Grande também teve seus momentos de dor, como no dia 21 de outubro de 1992, quando morreu José Santana, nascido em 13 de dezembro de 1924, em Lavras, filho de José Luiz Santana e Leopoldina Silva Santana. Foi inspetor regional da Copas, sócio gerente da Rádio Rio Grande FM, empresário e vereador por mais de 30 anos. A morte de Santana chocou profundamente a comunidade lavrense.

Depois dele foram Leonardo Venerando, em março de 1994, Édio do Nascimento Birindiba, Ismael Alves e Valério de Souza, no dia 4 de dezembro de 2005.

A Cultura e a Rio Grande ganharam outras irmãs, como a Rádio Universitária, a Rádio do Senhor e a Dimensão. No dia 24 de março de 2002, esta última, nasceu com pompas, foi inaugurada com a presença do então ministro das Comunicações Pimenta da Veiga.

Falar da história das emissoras de rádio de Lavras sem citar alguns nomes é impossível, como o grande Antônio Carvalho. Antônio trabalhou nas principais emissoras de rádio de São Paulo, mas foi na Band que ganhou notoriedade, sendo inclusive, o primeiro apresentador do programa "Brasil Urgente", na TV Bandeirante, hoje Band. Outros nomes que se projetaram foram de José Jorge, Hugo Botelho, hoje na ESPN, José Silvério, Celso Pita, João Marcos Cicarelli, Jaime Gomide, sendo que estes três últimos trocaram as emissoras de rádio para programas de televisão.

Tem também aqueles que a voz se calou para sempre, mas que deixaram saudade são eles: Vanil Daher, locutor esportivo, Izack Mesquita, Hugo José de Oliveira, Orlando José, não confundir com Orlando Jose da Rádio Itatiaia, que aqui tinha o nome de José Orlando, Roberto Carvalho, José Cristino, que partiram prematuramente, Carlos Alberto Gonçalves, o Tati, Eurico José Costa, Iracildes de Oliveira, o inesquecível "Inhô Dinho", Abel Batista de Abreu, o "Zé Candonga", Nilson Alves, Eduardo Venerando, Herculano Pinto, Eder de Abreu, além de outros.

Falar em rádio tem aqueles que devem ficar numa galeria especial, são os possuidores de vozes e de uma oratória brilhante, são eles: Itamar Mazochi, Aldair Ferreira, Rui Carvalho, Rodolfo de Souza, Luciano de Paula e o grande Renato Corrêa.

Outros que passaram pelos microfones das emissoras de Lavras, alguns deixaram a profissão e até esta vida terrena, outros continuam, são eles: Jose Vitorino, Célio Mattioli, José Mattioli, Ricardo Fráguas Neto, Antônio Fráguas, Jose Alves de Andrade, José Ferran Solá, Alfredo Wenzel, José Olympio Salgado Veiga, Álvaro Sad, Junior Murad, Silva Júnior, Ferreira Sales, Edmilson Correa Ramos, Carlos Alberto Mesquita, Ronaldo Alves, Sergio Serpa, Silas Campos, Bené Viana, Bernardo Eustáquio Viana da Silva,  Avelino, J. Souza, Edmar de Souza, Guilherme de Souza, Edson de Souza, Sergio Morel Vitorino, Neide Maria, Maria Inês Matiolli, Bismarck Von Pinho, Edir Siqueira, Antônio Euclides Penoni, Rafael Mendes Filho, Dário Costa, Sávio Luiz, Bruno Henrique, Jorge Gaudêncio, Ernesto Volrath, Erasto Pinto, Rodrigo Mattos, Dâmina Pereira, Willian Delfino, Silva Neto, Raquel Campos, Natanael Rabelo, Passos de Carvalho, Paula Neto, Juliano Carvalho, Marco Venerando, Jefferson Fábio Dialucci, Júnior de Paula, Juninho Mesquita, Daniel Morel, Pablo Oliveira, Lidiane Leite, Elisa Neves, Evandro Carvalho, Felix Souza, Juscelino Pio, Kelvin Reis, Sergio Wagner, Eugênio de Souza, Edwar Cortez, Sandro Araújo e Milton Theodoro, apresentador do programa de maior audiência em Belo Horizonte, a "Hora do Paschoal". Mais recentemente e já conquistando os ouvintes, Erlan Araújo, André Rocha, Mauro Prata, Nati da Cunha, Simone Duque e muitos outros.

São locutores com estilos diferentes, mas eles têm um ponto em comum, o carisma. Cada radialista tem, dentro de si, um inexplicável sentimento de dedicação e o interesse pelo que faz. São todos idealistas e talentosos. O radialista é um sonhador, um apaixonado que faz parte do cotidiano das pessoas.

Sabemos que provavelmente muitos não foram citados nominalmente nesta matéria, a eles e a todos os locutores das cinco emissoras de rádio de Lavras, as homenagens do Jornal de Lavras pelos 100 anos de história da radiodifusão brasileira.

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