Quem somos
|
Arquivo
|
Anuncie
|
Contato
|
Sua página inicial


início
prêmios
lavras tem
agenda
busca


Matéria Publicitária /


Publicada em: 29/06/2021 14:54 - Atualizada em: 29/06/2021 22:34
Carta Aberta do Coletivo Mães da Ufla
O Coletivo de Mães da Ufla vem se pronunciar publicamente sobre a situação das mães na pandemia e sobre a operacionalização das vacinas em Lavras e nos demais municípios MG

Imagem ilustrativa

 

Nós temos uma cidade maravilhosa, que conta com uma Universidade de excelência como a Ufla. Nós temos pessoas preocupadas com suas famílias, vivendo realidades diferentes em Lavras e região. Já foram muitas as pautas de discussão em defesa especialmente das famílias e das crianças, independentemente da crença religiosa ou da crença política de cada pessoa, pois temos uma cidade que se preocupa com essas questões tão importantes, tão fundamentais da nossa humanidade. Surgem sempre iniciativas de doação de roupas, brinquedos e objetos de bebês e crianças, e a cidade, a universidade e as escolas fazem parcerias, estamos sempre tentando colaborar pois sabemos que, embora a maternidade seja uma bênção, as iniciativas de suporte são importantes porque a maternidade é um trabalho constante, não remunerado e que, ao contrário, ainda gera despesas enormes. E é um trabalho de grande valor para nossa sociedade, pois se trata do cuidado com as nossas crianças. Além disso, muitas mães, assim como outras mulheres, também tiveram que assumir cuidados com idosos, pessoas com deficiência ou outros vulneráveis durante a pandemia. Fora a predominância das mulheres em diversos serviços essenciais. Muitas são as cozinheiras, as trabalhadoras de limpeza e serviços domésticos, as babás, as atendentes de caixa, secretárias, vendedoras, as trabalhadoras de estética. Por toda a cidade vemos mulheres trabalhando durante a pandemia, seja onda verde ou onda roxa, porque Lavras precisa dessas mulheres. E não serão vacinadas tão cedo, pois seus grupos não estão incluídos no Plano Nacional de Imunização e a chamada por idade desce devagar os anos. Muitas dessas mulheres são mães. E muitas dessas mães estão amamentando. Isso quer dizer que essas mulheres são mães de bebês ou crianças pequenas, que não conseguem usar máscara, não conseguem se proteger pelos protocolos contra a COVID-19 para não adoecerem e para não transmitirem o vírus a outras pessoas que cuidam deles. Não é questão de opinião ou decisão pessoal nem familiar, abaixo de 2 anos de idade é inclusive contraindicado o uso de máscaras, é o que nos diz a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Organização Mundial de Saúde! Dizem também que até os 5 anos ainda pode haver mau uso da máscara, aumentando risco de contágio. Mas nós não precisamos desses dados, embora as pesquisas estejam sobrando na internet e nos sites oficiais. Basta pensar um pouco sobre isso. Bebês não conseguem fazer nada sozinhos, não entendem que não podem colocar as coisas na boca e nem lamber as superfícies, porque podem estar contaminadas. Não usam máscara e estão sempre em contato físico com um cuidador, que geralmente é sua mãe, mas que pode ser uma babá, uma tia, uma amiga, e geralmente são outras mulheres mesmo, estendendo o círculo de contágio e transmissão do vírus. E se não há ajuda de ninguém, imaginem como é para bebês e crianças pequenas ficarem presas em casa sem poder sair, já que não conseguem seguir os protocolos para se protegerem e protegerem as outras pessoas? E para essas mães, sem ter rede de apoio, 24h por dia tendo que cuidar dos filhos, de que forma isso é compatível com o mercado de trabalho? Se fizerem uma pesquisa rápida no Google, vão encontrar diversas reportagens sobre as mães que perderam o emprego na pandemia. O que nossos representantes públicos estão fazendo por essas mães? O que estão fazendo para proteger nossas crianças? Bom, podemos contar o que tem feito outros Estados brasileiros, o que tem feito outros municípios mineiros. Estão vacinando as mães lactantes. Em alguns lugares começaram com mães de bebês até 6 meses, em outros desde o início liberaram para todas as mães que amamentam. Cada município está organizando sua própria operacionalização das vacinas das lactantes. Por que Lavras, nossa cidade que é tão preocupada com as famílias e com as crianças, não está aderindo ainda? Temos cerca de 104.783 habitantes na nossa cidade, das quais, segundo a prefeitura, já foram vacinadas 33.846 pessoas com a primeira dose, e 12.430 pessoas já com a segunda dose até este momento. O censo do IBGE aponta quantos foram os nascidos vivos de Lavras, é possível selecionar o ano e ver os números. O último dado sobre os nascidos vivos disponível no site é de 2019, ano em que foram registrados 1304 bebês. Somado a 2020, se tiver mantido essa mesma média, são cerca de 2600 bebês e crianças pequenas, mas nem todos contam com o leite materno. Infelizmente, a amamentação é hoje em dia um privilégio e a maioria dessas crianças não mama, pois nem toda mãe amamenta. Segundo o Ministério da Saúde, a média de tempo de amamentação exclusiva no Brasil é de 54 dias. A maioria dos bebês brasileiros não chega ao mínimo de 6 meses de aleitamento materno exclusivo, que dirá ao primeiro ano de vida tendo o leite materno como principal fonte de alimento, ou ao mínimo de 2 anos de aleitamento, como recomendado pela OMS. No entanto, para aquela pequena porcentagem de bebês e crianças pequenas cujas mães os estão amamentando, foi uma imensa alegria e um alívio profundo a notícia das pesquisas recentes, que comprovaram a presença de anticorpos contra a COVID-19 no leite materno de mulheres lactantes que foram vacinadas. Os testes foram realizados com lactantes vacinadas com Pfizer, CoronaVac, AstraZeneca e Moderna. Isso quer dizer que esses bebês e crianças pequenas, que não usam máscara, podem ser protegidos pelo leite materno de suas mães. A passagem de anticorpos pelo leite materno já havia sido observada em vacinas como Influenza, coqueluche e tétano, e agora foi observada nas vacinas contra COVID-19. Se vacinadas 1000 lactantes, se é que chegamos a ter tantas lactantes aqui em Lavras, possivelmente temos metade disso, mas considerando 1000 lactantes vacinadas, alcançaremos a proteção de cerca de 2000 pessoas, que são mulheres, bebês e crianças pequenas, e diminuiremos o risco de 1000 famílias se infectarem e transmitirem o vírus a outras pessoas com quem têm contato em seus trabalhos, escolas e vidas cotidianas. Não é à toa que já são 98 cidades mineiras que aderiram à vacinação das lactantes desde que o Governador Zema autorizou a adesão dos municípios à vacinação desse grupo, com base na deliberação do CIB do dia 18 deste mês! É uma pena Lavras não estar nessa lista, já que, em um único dia neste mesmo mês de Junho, nossa cidade já foi capaz de vacinar mais de 1100 pessoas, e em um dia já conseguiria vacinar todas as lactantes da cidade, sem restrição de idade, protegendo nossos bebês, nossas crianças pequenas e nossas famílias. O movimento Lactantes pela Vacina MG enviou uma carta aberta que foi lida na Câmara Municipal de Lavras no dia 24 de Maio. Depois nós do Coletivo de Mães da Ufla mandamos duas cartas abertas aos nossos representantes públicos, sendo que a última foi também lida na Câmara Municipal de Lavras, no dia 21 de Junho. Além disso, antes mesmo dessas cartas especificamente sobre a vacinação contra a COVID-19, fizemos também o I Simpósio Integrado de Parentalidade na Universidade, que foi um evento online que aconteceu na segunda semana de Maio e contou com diversos prelecionistas pesquisadores sobre maternidade. No primeiro dia de evento o foco foi em Parentalidade e Saúde, no qual o aleitamento materno foi um assunto predominante na fala do pediatra e especialista em amamentação, docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro, professor Marcus de Carvalho, e na fala da nutricionista e professora do Departamento de Nutrição da Ufla, coordenadora do Núcleo de Saúde Materno Infantil que atende a toda a comunidade lavrense, Dra. Lílian Teixeira. Na época, convidamos a todos, inclusive aos nossos gestores públicos, para assistir às lives, mesmo que não fosse no momento que acontecessem, já que ficariam disponíveis no canal do Diretório Central dos Estudantes da Ufla, como ainda estão disponíveis. Já estavam sendo debatidas a importância e a relevância do aleitamento materno e de se estabelecer iniciativas de suporte para mães que amamentam, mas com foco na universidade. Quando surgiu a movimentação sobre a vacinação das lactantes contra a COVID-19, tentamos colaborar e buscar soluções junto à prefeitura e à comunidade lavrense para articular a adesão da nossa cidade, mas o posicionamento atual que recebemos por email em resposta à nossa última carta foi de que a deliberação do CIB não é suficiente para que Lavras decida, com sua autonomia da gestão tripartite do SUS, vacinar as lactantes com as doses que estão disponíveis, como estão fazendo outros 98 municípios mineiros. Como vai começar a fazer nossa vizinha Luminárias a partir de amanhã, dia 29 de Junho, nesse momento com lactantes de bebês com até 6 meses! Em pensar que Lavras poderia estar entre as cidades, como Poços de Caldas e Carlos Chagas, que tiveram capacidade para começar a vacinação das lactantes sem restrição de idade, sem precisar chamar por etapas. Lavras poderia ser referência em relação à proteção da primeira infância, das mães e das famílias, mas no momento se posiciona sem adesão à vacinação das lactantes. Mas estamos esperançosas. Está ainda em votação o projeto de lei 2112/2021, que insere as lactantes no PNI, para que em todo o Brasil as lactantes também sejam vacinadas, não apenas em alguns municípios de alguns Estados, mas em todos! Temos o apoio de vários Deputados e Senadores. Hoje de manhã, dia 28 de Junho, às 09h30, houve uma audiência na Câmara dos Deputados sobre a inserção das lactantes no PNI e foi ressaltada diversas vezes a legitimidade de diversos argumentos do movimento Lactantes pela Vacina. Afinal, a infância e as famílias são absoluta prioridade na nossa Constituição! Queremos o seu apoio também! Se você está nos ouvindo e é uma mãe lactante, poste uma foto com a hashtag #lactantespelavacina e já pegue um atestado de lactante na próxima consulta com o pediatra que acompanha seu filho ou sua filha, para se preparar caso chegue sua hora de se vacinar. Queremos vacina para todas as lactantes! Queremos vacina para TODOS! Assinam esta carta as mães do Coletivo de Mães da Ufla e apoiadores da causa

.
.
www.jornaldelavras.com.br
A informação a um click de você 


 
 

Voltar Envie para um amigo


 www.jornaldelavras.com.br
A informação a um click de você
WhatsApp: (35) 9 9925-5481
Instagram e Facebook: @jornaldelavras