Reportagem do jornal Estado de Minas, de ontem, sexta-feira, apontando Lavras como a cidade onde a Covid mais avançou. Imagem extraída do site do EM
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Esta semana, Lavras foi notícia nos principais jornais mineiros de grande circulação, foi destaque na grande imprensa do Estado por três vezes.
A primeira vez foi a respeito do "pagodão", que expos as autoridades do município e a fragilidade da fiscalização municipal.
A segunda notícia foi do trabalho realizado no LabCovid pela professora Joziana Muniz de Paiva Barçante, o médico José Cherem e o professor Victor Sartler Pylro: eles realizaram um trabalho de sequenciamento do genoma do vírus e descobriram quatro variantes em Lavras e região. Esta notícia, diferente da anterior, elevou o nome de Lavras e da Universidade Federal, a Ufla, com um trabalho de ciência e pesquisa.
Ontem foi a vez de Lavras ganhar mais um destaque na grande mídia, porém, de forma nada honrosa: segundo o jornal Estado de Minas, Lavras foi a cidade que mais registrou casos de Covid no Sul de Minas. Ainda de acordo com aquele jornal, as cidades que notificaram mais casos da doença foram Lavras, com 802 casos; Pouso Alegre, com 685; Campo Belo, 571; e Varginha, 484.Vale lembrar que a matéria saiu antes da divulgação dos 132 casos de ontem e os 81 de antes de ontem. A reportagem baseou em dados oficiais da Secretaria de Estado de Saúde de Mingas Gerais (SES-MG).
O interessante é que dos três fatos narrados pela imprensa mineira envolvendo o nome de Lavras, apenas um foi combatido. Mas engana-se quem pensou que foi uma punição exemplar para quem promoveu o pagodão, e engana-se também que pensou que seriam tomadas medidas urgentes para frear o avanço da doença em Lavras. O que aconteceu foi que, logo após o destaque positivo do LabCovid, a professora Joziana Muniz de Paiva Barçante e o médico José Cherem, que antes ocupavam a coordenação do LabCovid, foram substituídos por outros profissionais. E não parou por aí: a parceria celebrada entre a prefeitura de Lavras e a Universidade Federal, para combater a Covid, para a realização de exames e outros, foi desfeita a pedido da prefeitura e da Câmara Municipal.
A destituição de Barçante e Cherem foi através de decreto do reitor da Ufla, o professor João Crysóstomo de Resende Júnior. Crysóstomo enviou, no dia 20, quinta-feira, um ofício ao Diretor Executivo da Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc), Antônio Carlos Cunha Lacreta Júnior, pedindo a suspensão imediata da Execução do Acordo de Parceria nº 017/2020.
No ofício, o Reitor comunica: "Diante da manifestação e questionamento por parte da Prefeitura Municipal de Lavras e da Câmara de Vereadores sobre o acordo celebrado entre a PML e a Ufla, com interveniência da Fundecc, vimos solicitar a suspensão imediata de qualquer ação de execução do referido projeto". No ofício o Reitor diz que encontrava agendada uma reunião para discutir o acordo. Provavelmente a reunião foi pedida pela prefeitura. Tudo isso aconteceu num momento difícil, quando a Covid avança em Lavras.
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