Gabriela Tavares, 21 anos, estudante de nutrição foi a óbito na noite de ontem em Pouso Alegre por causa da Covid. Foto: Redes sociais
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É cada vez mais crescente o número de óbitos entre brasileiros que ainda não receberam nenhuma dose do imunizante contra Covid-19. Os números apresentados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em abril, mostram bem o crescimento chegando a alta de 57% entre pessoas de 40 a 49 anos na comparação com a média para a faixa etária registrada entre março de 2020 e igual período em 2021.
A cada dia no Brasil pode ser considerado mais um dia que sobrevivemos frente a expansão da doença e da morte. Cada dia que passa e que saímos ilesos, somos testemunhas de mais um dia de sofrimento e mortes por todo lado, pior ainda é a falta de perspectivas. O país enfrenta atraso na campanha de vacinação, os imunizantes são entregues a conta-gotas; a maior crise de saúde pública dos últimos cem anos é motivo de briga política por parte das autoridades, que toda oportunidade que tem faz ataques descomedidos a China, a maior fornecedora de insumos para a produção da vacina; o país tem uma população que mesmo diante dos problemas apresentados diariamente não acredita na doença; tem ainda aqueles que ainda insistem em desrespeitar as medidas preventivas contra a propagação do novo coronavírus.
Em abril, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), mostram um aumento de mais de 50% no número de óbitos de pessoas mais jovens, na faixa etária entre 30 e 59 anos e, um pouco menor, na faixa dos 60 aos 69 anos.
Já a faixa etária entre 30 e 69 anos, foram 41.225 mortes no mês de março, e outras 44.516 no mês de abril. O mês foi o segundo no ranking de mortes no Brasil deste o início da pandemia no ano passado, ficando atrás somente de março. Mas foi a faixa etária entre 40 e 49 anos que registrou o maior percentual de aumento em relação à média desde o início da pandemia, um crescimento de 57% no número de óbitos em abril na comparação com o período que vai de março de 2020 a março de 2021.
Na sequência, a faixa etária que vai dos 30 aos 39 anos viu o aumento do número de óbitos crescer 56%. Outra faixa etária que registrou crescimento foi a de pessoas entre 50 e 59 anos, com óbitos aumentando 54% em relação à média desde o começo da pandemia, e passando de 12.070 em março para 13.409 em abril.
Na noite de ontem, sexta-feira, dia 14, os moradores da cidade de Pouso Alegre, no Sul de Minas, sentiram de perto o avanço da doença entre as faixas etárias que não tiveram a oportunidade de receber a vacina. Uma jovem de 21 anos, Gabriela Tavares, estudante de Nutrição, internada há mais de um mês por complicações decorrentes da Covid, foi a óbito.
Pouso Alegre, a segunda maior cidade do Sul de Minas tinha, até quarta-feira, dia 12 de maio, 15.884 casos confirmados da doença com 325 óbitos. Gabriela e outros que foram vítimas nos três últimos dias ainda não estão na estatística.
A jovem foi vítima da variante P.1, a mais agressiva entre os jovens. No mês de abril de 2021, ela estava presente em 92% de todas as amostras colhidas de pacientes com Covid-19 confirmada. Três meses antes, ela representava apenas 29% do total das análises.