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Matéria Jornalística /


Publicada em: 26/10/2025 21:45 - Atualizada em: 27/10/2025 10:00
Impacto da estiagem no rio Grande, em Ribeirão Vermelho, muda a paisagem e animais ficam mais expostos - veja vídeos

Imagem captada do vídeo que mostra o nível do rio Grande, em Ribeirão Vermelho

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 @jornaldelavras     @jornaldelavras   (35) 99925.5481
 

A prolongada ausência de chuvas tem provocado uma redução drástica e alarmante no volume de água dos principais afluentes da região: os rios Grande, Capivari e Mortes. Juntos, estes cursos d'água formam a Bacia do Rio Grande, responsável pelo abastecimento hídrico da cidade de Lavras e de diversas outras.

Com a intensa estiagem, a paisagem fluvial transformou-se radicalmente, revelando cenários que, embora bonitos, servem de severo alerta ambiental.

O baixo nível da água expôs uma nova geografia ao longo dos rios. A paisagem é dominada por um conjunto massivo de pedras e rochas que afloram, alterando o curso normal das águas. Em diversos pontos, o rio se divide em pequenos braços, formando ilhas de terra e bancos de areia que não são visíveis quando o volume hídrico está em seu patamar habitual.

Além da geologia, a seca tem trazido à tona relíquias do passado submerso. Nas margens do rio Grande e em seus reservatórios, como o de Furnas, o nível baixo está expondo estruturas antigas e ruínas de construções que foram inundadas décadas atrás com a formação das represas.

No município vizinho de Ribeirão Vermelho, as águas recuadas revelam a silhueta de antigas embarcações naufragadas, como o histórico vapor Dr. Jorge, que naufragou em 15 de agosto de 1955, e pequenas barcaças que também tiveram o mesmo destino, o fundo do rio, agora visíveis como testemunhas da história fluvial da região.

A alteração do ecossistema também está redefinindo a interação com a fauna local. Com o estreitamento do leito, animais como as capivaras, cuja população é abundante na região, são facilmente avistadas nas barrancas e margens secas dos rios.

Um registro recente ganhou destaque nas redes sociais, circulando entre a população e a comunidade científica: a imagem de um jacaré em uma das barrancas do rio Grande. A presença visível de predadores e o reagrupamento da fauna ribeirinha chamam a atenção de ecologistas e especialistas ambientais.

Há uma crescente preocupação de que as secas estão se tornando progressivamente mais agressivas a cada ano, desestabilizando os ecossistemas e ameaçando a biodiversidade. A imagem dramática dos rios secos de Lavras e região é um alerta de urgência em se debater e implementar políticas eficazes de gestão hídrica e combate aos efeitos das mudanças climáticas. Diante do cenário alarmante de redução hídrica na Bacia do Rio Grande, que abastece Lavras e diversas cidades vizinhas, torna-se urgente uma resposta coordenada e estratégica dos líderes municipais.

Faz-se um apelo direto aos prefeitos de Lavras, Ijaci, Ribeirão Vermelho, Cana Verde, Campo Belo, Itumirim, São João del-Rei, Ingaí, Itutinga, Nazareno, e de todos os demais municípios que dependem diretamente das águas dos rios Grande, Capivari e Mortes: a hora é de união e ação ambiental imediata.

É fundamental que essas administrações se articulem em um esforço intermunicipal maciço para o desenvolvimento e execução de um projeto de reflorestamento e recuperação ambiental. Este projeto deve ter como foco principal a recuperação das matas ciliares, promover o plantio de espécies nativas nas margens dos rios Grande, Capivari e Mortes para estabilizar as barrancas, reduzir o assoreamento e atuar como filtro natural.

Priorizar a demarcação e o plantio de árvores no entorno de todas as pequenas nascentes e afluentes que deságuam nestes cursos d'água, garantindo a recarga hídrica subterrânea.

A vegetação ciliar e a proteção das nascentes são os mecanismos mais eficazes para garantir a saúde dos rios e aumentar a resiliência hídrica da região contra as secas cada vez mais severas.

A história da Bacia do Rio Grande ainda pode ser mudada. O engajamento dos prefeitos na liderança deste movimento de restauração ecológica é crucial. É uma responsabilidade compartilhada que definirá a segurança hídrica e a qualidade de vida das próximas gerações. Que neste projeto sejam envolvidas as universidades Federal de Lavras (Ufla) e Federal de São João del-Rei (UFSJ).






Vídeo de Rogério Oliveira @rogerincaliel

 

 
 



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