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Publicada em: 21/10/2025 10:00 - Atualizada em: 21/10/2025 15:28
Ufla utiliza tecnologia de ponta para blindar a cachaça mineira contra contaminação por metanol

Professora e doutora Maria das Graças Cardoso, responsável pelo CRAQC, o selo de qualidade do CRAQC favorece a exportação e o reconhecimento internacional da cachaça mineira

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Diante dos recentes alertas nacionais sobre a contaminação de bebidas alcoólicas por metanol - uma substância tóxica que, em altas concentrações, pode causar graves danos à saúde ou até mesmo levar à morte - Minas Gerais reforça sua vigilância sobre a produção de seu destilado mais tradicional.
O estado, que é uma potência na produção artesanal, possui uma tradição secular na cachaça de alambique, contabilizando cerca de 13,5 milhões de litros produzidos anualmente e mais de 2,4 mil cachaças registradas. Com 501 estabelecimentos elaboradores, Minas Gerais é responsável por quase 40% dos produtores registrados no país.

Para garantir que essa excelência e segurança sejam mantidas, um dos principais aliados é o Centro de Referência em Análise de Qualidade de Cachaça (CRAQC), da Universidade Federal de Lavras (Ufla).

O CRAQC tem atuado como peça-chave, auxiliando nas investigações de amostras suspeitas de contaminação por metanol, além de ser pioneiro na certificação da qualidade da cachaça mineira.

Laboratório com Tecnologia de Ponta e Investimento na Segurança foi inaugurado em maio de 2024, após uma reestruturação do laboratório de análise de cachaça, o CRAQC recebeu um aporte significativo de R$ 3,7 milhões do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Esses recursos permitiram a aquisição de instrumentos de análises de alta precisão para garantir a segurança do produto final. No Centro, a detecção de contaminantes, como o metanol, é realizada por meio da sofisticada técnica de Cromatografia em Fase Gasosa com Detector de Ionização de Chamas (GC/FID), um processo essencial para medir os níveis permitidos da substância.

A coordenadora do CRAQC e pesquisadora do Departamento de Química da Ufla, professora e doutora Maria das Graças Cardoso, explica que o metanol é um tipo de álcool cuja presença é evitável quando o processo de destilação é conduzido corretamente.

Segundo a professora, a contaminação pode ocorrer de duas formas principais, a má filtração da matéria-prima, que ocorre quando o caldo da cana é mal filtrado, deixando pequenos resíduos de bagaço (bagacilhos) que sofrem fermentação. Este processo de fermentação dos bagacilhos é que produz o metanol. O CRAQC orienta os produtores a realizarem uma filtração rigorosa e outros tratamentos térmicos para que o caldo esteja "totalmente limpo" antes da fermentação.

Também a separação incorreta da "Fração de Cabeça", quando o metanol se concentra na "fração de cabeça", que é o primeiro volume destilado. A legislação brasileira permite uma concentração muito baixa de metanol (até cerca de 20 miligramas para cada 100 ml de álcool anidro). Para cumprir este limite, a professora Graça orienta a separação e descarte de 1% a 10% do volume total a ser destilado, dependendo do teor alcoólico da bebida.

O CRAQC vai além da análise, oferecendo um suporte vital ao setor. O Centro fornece laudos técnicos para produtores, auxilia na regularização de novos rótulos e disponibiliza, gratuitamente, materiais sobre boas práticas de produção para evitar a contaminação por metanol. Além disso, o Centro promove consultoria gratuita para adequar produtos aos parâmetros de qualidade e realiza pesquisas para otimizar processos e reduzir a informalidade.

O Secretário Executivo de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Bruno Araújo, reforça a importância da iniciativa: "A cachaça é um dos mais tradicionais produtos mineiros, com qualidade reconhecida mundialmente. Apoiar o setor produtivo é também estar atento a melhorias que podem ser adotadas nos processos de produção para que essa qualidade e a segurança sejam mantidas".

A parceria já tem resultados concretos. A empresa Rainha da Cana, de Alto Rio Doce, conseguiu a certificação de seu produto por meio da colaboração com o laboratório da Ufla. O sócio proprietário Epitácio Oliveira Cardoso afirma: "Aprimoramos nossos conhecimentos e, agora, produzimos uma cachaça de melhor qualidade, o que resultou em melhores vendas e a entrada em novos mercados".

 
 



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