Acidente na rua Otacílio Negrão foi o segundo acontecido no dia

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Na manhã desta quinta-feira, dia 12 de junho, foram registrados dois acidentes envolvendo motocicletas em Lavras, resultando em ferimentos para condutores e caronas. O primeiro ocorreu na Rua Álvaro Botelho, onde um automóvel colidiu com uma motocicleta, deixando suas duas ocupantes feridas e necessitando de socorro. Mais tarde, no final da manhã, um segundo acidente aconteceu na Rua Otacílio Negrão de Lima, na esquina com a Rua João Modesto. Uma motociclista e sua passageira se feriram ao colidir com um Chevrolet Onix que estava saindo de um local.
Os incidentes em Lavras espelham uma preocupante tendência nacional, revelada pelo Atlas da Violência 2025.

Violência no Trânsito e Disparo de Mortes de Motociclistas no Brasil

O Atlas da Violência 2025, divulgado em 12 de maio no Rio de Janeiro, trouxe pela primeira vez dados detalhados sobre a violência no trânsito no Brasil, e os números são alarmantes. A taxa de mortes causadas por acidentes de trânsito voltou a crescer, atingindo 16,2 óbitos a cada 100 mil habitantes em 2023. Esse dado, que serve de parâmetro, são os mais recentes, representa um aumento de 2,5% em relação a 2022, quando o índice era de 15,8.

Sobre o estudo

O cenário é ainda mais grave quando se analisa especificamente os acidentes envolvendo motocicletas. Em 2023, a taxa de mortes por acidentes com motos disparou para 6,3 a cada 100 mil habitantes, o que equivale a um aumento de 12,5% em comparação a 2022. Desde 2020, essa taxa se mantinha em 5,6.
O estudo, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), coordena dados de fontes oficiais como IBGE e os sistemas do Ministério da Saúde (SIM e Sinan).
Comparando o período de 2013 a 2023, o destaque negativo para os acidentes com motos é flagrante: Mortes gerais no trânsito: Recuo de 21,2 para 16,2 mortes por 100 mil habitantes (redução de 23,6%). Mortes com motocicletas: Aumento de 6 para 6,3 mortes por 100 mil habitantes (alta de 5%), mesmo após uma queda para 5,3 em 2019.
O anuário registrou 34,9 mil acidentes de trânsito com óbito em 2023, um aumento em relação aos 33,9 mil de 2022. O ano de 2014 foi o pico da série, com quase 43,8 mil casos.
Em relação aos acidentes fatais envolvendo motocicletas, 2023 teve quase 13,5 mil casos, contra 12 mil no ano anterior. Em 2014, o pico foi de 12,6 mil mortes por acidentes de moto no período de 2013 a 2023.
As informações de 2023 indicam que as motos estão envolvidas em 38,6% dos acidentes com mortes no trânsito. Essa proporção varia drasticamente entre os estados. Em sete unidades da federação, os acidentes com motocicletas representam mais da metade das mortes no trânsito: Piauí: 69,4%; Ceará: 59,5%; Alagoas: 58,4%; Sergipe: 57,8%; Amazonas: 57,3%; Pernambuco: 54,4% e Maranhão: 52,2%.
Já as unidades da federação com menor proporção de acidentes fatais envolvendo motos são: Rio de Janeiro: 21,4%; Amapá: 24,1%; Rio Grande do Sul: 24,5%; Distrito Federal: 24,5%; Minas Gerais: 25,9% e Paraná: 30,7%.
De acordo com o pesquisador do Ipea, Carlos Henrique Carvalho, o crescimento no número de mortes em acidentes de moto é uma consequência direta do aumento da frota e do uso desses veículos no Brasil. Ele explica que a motocicleta é um veículo mais acessível e de baixo custo operacional, o que impulsiona seu uso, principalmente em regiões mais pobres como Norte e Nordeste.

Taxas de Mortes por Acidentes com Motos (por 100 mil habitantes)

Maiores Taxas: Piauí: 21; Tocantins: 16,9; Mato Grosso: 14,7; Rondônia: 12,6; Maranhão: 11,2 e Sergipe: 11,2.
Menores Taxas: São Paulo: 3,6; Rio Grande do Sul: 3,7; Acre: 3,7; Distrito Federal: 2,4; Rio de Janeiro: 2,4 e Amapá: 2,3.
Os dados do Atlas da Violência reforçam a urgência de políticas públicas voltadas para a segurança no trânsito, com foco especial na proteção dos motociclistas.