As quatro toras que servem de esteio para a montagem da fogueira já foram cortadas e serão colocadas no local da fogueira

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O frio está chegando e com ele as tradicionais festas juninas, com fogueira, quentão, pipoca, canjica e outras bebidas e comidas típicas. As festas juninas fazem parte da cultura celebrada ao longo do mês de junho no Brasil.

Os santos celebrados nesta época são: São Pedro, São João Batista e Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro. As festas juninas não apenas celebram a chegada do inverno, mas também movimentam a economia em diversas partes do Brasil, sobretudo no Nordeste.

Na região de Lavras, a festa mais tradicional é a Festa de São João, em Ingaí. Ela, além de preservar uma rica herança cultural, promove artistas regionais e impulsiona a economia do local, já que a cidade é invadida por turistas de toda a região. O ponto alto da festa é a queima da tradicional Fogueira de São João, a maior fogueira do Sul de Minas e do Campo das Vertentes.

A montagem da fogueira já começou naquela cidade, com os cortes dos eucaliptos que servirão de esteio para a montagem da estrutura.

Os eucaliptos são escolhidos pelo tamanho e espessura, são quatro toras principais que servirão para a montagem da fogueira, um trabalho que começa em maio e se estende pela primeira quinzena de junho, envolvendo equipamentos, homens e máquinas, tudo coordenado pela Prefeitura de Ingaí.

A queima da fogueira em Ingaí é um evento que este ano completa 94 anos, é feita desde 1931. A fogueira, uma das mais altas de Minas Gerais, ganhou uma importância no calendário que se tornou cultural, do patrimônio municipal e figura no calendário estadual de eventos.

Para se chegar ao patamar que hoje é a festa, conhecida em todo o estado, tudo começou com um acidente natural: segundo os historiadores da cidade, na década de 30 uma tempestade de raios desabou sobre a pequena Ingaí, muitas casas foram atingidas e também a torre da igreja daquela cidade. Assustados, os moradores da cidade fizeram uma promessa a São João: reconstruíam a torre da igreja e fariam uma fogueira todos os anos, para que nunca mais caísse sobre a cidade uma tempestade como aquela.

A cada ano a fogueira crescia em altura, até que chegou num ponto que ela parou de crescer por questão de segurança e também por questão de logística. A fogueira é queimada apenas em uma noite e posteriormente a população pode levar o carvão para casa. A brasa fica no local durante cerca de 15 dias.