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Publicada em: 12/06/2012 06:24 - Atualizada em: 12/06/2012 13:45
Homem sobe na torre do aeroporto regional de Lavras e ameaça pular
O Brasil está entre os dez países do mundo no ranking do suicídio, cerca de 8 mil casos por ano. O Jornal de Lavras conversou com dois psiquiatras sobre o assunto.

         

Corpo de Bombeiros e Polícia Militar atenderam a ocorrência de tentativa de suicídio no aeroporto de Lavras na noite de ontem. Abaixo, os psiquiatras Ulisses Miranda Vieira e Flávia Campos Romualdo Vieira, do CESP - Centro Sul-Mineiro de Psiquiatria. Fotos: Jornal de Lavras

 

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O Mapa da Violência 2011, divulgado no final de fevereiro deste ano, pelo Instituto Sangari e o Ministério da Justiça, revela que, das três causas de mortalidade violenta, os suicídios foram os que mais cresceram na década de 1998-2008: 17%, tanto para a população total quanto para a jovem (com idade entre 15 e 24 anos). As outras duas causas de morte violenta são os homicídios e os acidentes de transporte.

O Mapa revela uma característica especial entre os municípios com índices exageradamente elevados de suicídios, Lavras, felizmente, não consta da estatística, embora aconteça muitos casos na cidade. Ontem, por exemplo, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados pelo guarda campo do aeroporto regional de Lavras, segundo ele, um homem havia subido numa das torres daquele aeródromo e queria se matar. Os bombeiros, com habilidade, conseguiram convencer o homem, que é da cidade de Manhuaçu, a descer. Ele não havia feito uso de bebida alcoólica e nem usado droga, ele estava com depressão.

O que leva uma pessoa a pensar em colocar fim a sua vida? Esta pergunta o Jornal de Lavras formulou ao psiquiatra Ulisses Miranda Vieira e a também psiquiatra Flávia Campos Romualdo Vieira (foto), ambos do CESP - Centro Sul-Mineiro de Psiquiatria, sediado no bairro Cruzeiro do Sul, em Lavras. Segundo eles, o suicídio é a via final de um grave desajuste psicossocial. "Do ponto de vista da psiquiatria pode-se dizer que o atentado a própria vida seria a única maneira encontrada por um indivíduo para lidar com seu sofrimento psíquico. Sendo assim é essencial prestar assistência humanizada aos que sofrem, motivar e carinhosamente dar esperança."

Os psiquiatras Ulisses e Flávia disseram que os portadores de quadros de depressão, esquizofrenia e alguns transtornos de personalidade, como as psicopatias, têm maiores riscos de cometerem suicídio. Segundo eles, a dependência química, seja de álcool ou qualquer outra droga, por aumentar a impulsividade, é um grave fator de risco para o suicídio, principalmente quando associado com os quadros relatados acima. Diante disso, percebe-se que a ação do psiquiatra na prevenção desse comportamento é importantíssima, pois é a partir da detecção precoce das ideações de autoextermínio, que as medidas terapêuticas serão mais bem sucedidas. 

Segundo eles, a suicidologia, uma recente área que busca estudar esse fenômeno crescente na população, descreve alguns aspectos peculiares do assunto. É sabido que as mulheres tentam mais atentados contra a própria vida do que os homens, porém os homens, por usarem métodos mais agressivos, conseguem efetivar o ato com maior frequência. Extremos de idade, assim como extremos de classe social, são descritos como grupos de maior prevalência de suicídio. 

O isolamento social também é um importante fator de risco para o suicídio, disseram os psiquiatras Ulisses e Flávia, assim como perdas recentes, seja de pessoas queridas, término de relacionamentos ou empregos. A presença do suporte de amigos, familiares, grupos de convivência, podem ser efetivos e extremamente terapêuticos para motivar a vida.

Outro grupo que também deve-se ter atenção especial é com os portadores de doenças físicas crônicas, sejam incapacitantes ou geradora de deformidades. Podemos citar os portadores de HIV, os hemodiálisados como pessoas a quem se deve dar suporte afetivo nos momentos de necessidade. Toda ideação de autoextermínio deve ser valorizada e ouvida como um pedido urgente de socorro. 

Dentre as medidas de prevenção aos indivíduos com maior risco de autoextermínio, estão consultas ambulatórias frequentes e regulares, permanência em instituições especializadas em atenção psicossocial durante o dia e, em casos extremos, internação hospitalar visando à preservação da vida. O comum em todas essas abordagens é o contato frequente que existe entre paciente e profissional de referência.

Em cidades mais populosas existem serviços telefônicos 24hs destinados a indivíduos com ideação de autoextermínio. Em algumas existem programas onde profissionais realizam ligações regulares para o monitoramento dos pacientes de risco.
Na prática clínica, a regra dos 4Ds (depressão, desesperança, desespero e desamparo) alerta para o risco de suicídio e a necessidade de busca rápida por ajuda. O atendimento psiquiátrico é fundamental para diagnosticar, propor conduta terapêutica e gerenciar a equipe que será envolvida no caso.

Na cidade de Lavras, alem de serviços privados de psiquiatria, como o CESP que conta com  os psiquiatras Ulisses Flávia, procurados pelo Jornal de Lavras para redação desta matéria, contamos com os CAPS e CAPS ad, que apresentam equipes multidisciplinares capazes de tentar ajudar aqueles que se encontram em risco de suicídio.

 

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