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Publicada em: 11/07/2011 21:13 - Atualizada em: 12/07/2011 11:59
Prefeitura de Lavras denuncia e MP vai apurar especulação com casas financiadas pelo governo

     

          Unidades do conjunto habitacional do Altos dos Ipês

 

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As casas do conjunto habitacional "Alto dos Ipês", do programa Minha Casa Minha Vida, foram entregues na noite de sexta-feira, dia 8. Logo no sábado, dia 9, o dia amanheceu com uma surpresa para os contemplados: foi colocada embaixo da porta de todas as unidades uma carta endereçada ao proprietário com os seguintes dizeres: "Sr. (a) Proprietário (a) Caso tenha interesse em vender sua casa entre em contato. Quero comprar: (35) 8805-5377. Rodrigo".

No domingo, a reportagem do Jornal de Lavras entrou em contato com o telefone indicado e quem atendeu se identificou apenas como Rodrigo. Ele disse que estava adquirindo as casas por R$ 2 mil, disse também que já estava negociando duas casas e que compraria quantas aparecesse.

A gerencia da Caixa Econômica Federal (CEF) foi informada pela secretária de Promoção da Cidadania, Belkiss Eriana, sobre a existência da carta e das supostas transações imobiliárias que estariam ocorrendo.

Em conversa com a reportagem do Jornal de Lavras, nesta segunda-feira, dia 11, o gerente da Carteira Jurídica da Caixa, Leandro Antônio Costa, disse que o Ministério Público já estaria sendo acionado pelo Departamento Jurídico da Caixa.

Leandro disse também que o imóvel do programa Minha Casa, Minha Vida, é subsidiado pelo Governo Federal, uma casa naquele bairro tem o custo cheio de R$ 34.850 mil, mas que o governo subsidia, de acordo com o salário, com valores que vão de R$ 28 mil a R$ 32 mil, ficando o beneficiado responsável pelo valor do restante, no caso, ele assumirá uma divida de R$ 6.850 mil até R$ 2.850 mil, dependendo do valor do saldo devedor, este restante é dividido em parcelas que serão pagas mensalmente na Caixa no decorrer de 10 anos.

Quem quiser quitar a dívida e liberar a casa, perderá o subsidio, neste caso a dívida sobe de R$ 2,850 ou R$ 6.850 para R$ 34.850. A desvantagem não para por aí: quem quitar a casa perderá o direito de fazer um novo financiamento com subsídio.

A Caixa também deverá fazer uma sindicância para descobrir se a pessoa beneficiada está ou não habitando a casa, se constatar que o imóvel está desocupado, alugado ou foi vendido, tanto vendedor quanto comprador serão processados. A secretaria Municipal de Promoção da Cidadania está fazendo o acompanhamento social dos contemplados, e fará durante o período de adaptação à nova vida.

Hoje, segunda-feira, dia 11, a reportagem do Jornal de Lavras voltou a entrar em contato com o telefone indicado na carta, desta vez o atendente mudou a versão, ele disse que paga aluguel e que estaria interessado apenas em comprar uma casa para ele, disse que fez a inscrição e que não foi contemplado, por isso, estaria tentando adquirir uma casa.

Questionado se ele já havia adquirido alguma casa, ele negou, disse que ninguém havia ligado ainda e que até já estaria desistindo da compra. Depois ele caiu em contradição e disse que as pessoas estavam pedindo alto: R$ 4 mil. Ele disse ainda que uma advogada o havia orientado a ele em desistir da compra.

Agora o Ministério Público Federal vai investigar se alguém vendeu a casa e se Rodrigo negociou algum imóvel. Ele também deverá ser investigado se realmente se inscreveu no programa federal.

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