Francisco Guilherme Esteves Nogueira, estudante da Ufla que ganhou o Prêmio Jovem Cientista
Foram anunciados oficialmente na terça-feira, dia 26, no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), os vencedores da XXIV edição do Prêmio Jovem Cientista, e o estudante de doutorado em agroquímica da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Francisco Guilherme Esteves Nogueira, 28 anos, natural de Itanhandu (MG), obteve a segunda colocação no Concurso Jovem Cientista, promovido pelo governo federal e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Ele conseguiu reaproveitar as sobras da produção de biodiesel, um combustível ecológico, mas que deixa resíduos.
O pesquisador Francisco Guilherme estuda, há sete anos, as reações do biodiesel, e neste período ele desenvolveu um catalisador, um reagente capaz de modificar os elementos químicos das sobras do biodiesel. Da mistura do catalisador com o resíduo de glicerina, o pesquisador encontrou dois elementos: um é o ácido acrílico, usado na produção de impermeabilização de fraldas descartáveis e tintas; o outro é um aditivo, que melhora o rendimento e diminui a poluição causada pelos combustíveis.
A geração de um novo produto economicamente viável, de interesse industrial e menor impacto ambiental, a partir do reaproveitamento do glicerol, subproduto descartável, fruto da produção de biodiesel - essa é a proposta feita pelo doutorando em Agroquímica.
O Brasil está na vanguarda do uso de combustíveis alternativos e é um ambiente propício para o desenvolvimento científico e tecnológico, com soluções nos âmbitos econômico e ambiental. Nesse contexto, com iniciativa reconhecida e promissora, o químico da Ufla fala sobre o Prêmio Jovem Cientista: "É uma emoção muito grande o reconhecimento nacional de um trabalho que vem sendo desenvolvido há cerca de dois anos e meio. Agora, com o doutorado, o estudo está em fase pré-industrial e já foi alvo de estudo de viabilidade técnica e econômica", explicou. A fórmula, que já foi patenteada, chamou a atenção de empresas nacionais e multinacionais.
O Prêmio Jovem Cientista foi criado em 1981, e é fruto de parceria entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Gerdau e a Fundação Roberto Marinho (FRM). O Prêmio Jovem Cientista tem o objetivo de incentivar a pesquisa no Brasil e é considerado, pela comunidade científica, uma das mais importantes premiações do gênero na América Latina. A entrega da premiação é feita pelo Presidente da República e reúne na cerimônia autoridades governamentais na área da Ciência e Tecnologia, além dos mais respeitados nomes da ciência brasileira.
O prêmio é dividido em cinco categorias: Graduado, que premiou o estudante da Ufla; categoria Estudante do Ensino Superior; categoria Estudante do Ensino Médio, e Categoria mérito institucional. Guilherme Esteves Nogueira é o único mineiro premiado. A premiação será no dia 17, em Brasília.