José Serra, candidato a Presidente, e Aécio Neves, Senador eleito
Os tucanos se reuniram na tarde de quinta-feira em Belo Horizonte; o candidato à presidência José Serra (PSDB) está lutando para reverter um quadro favorável que, até o momento, é favorável à Dilma em Minas Gerais, sobretudo em Belo Horizonte, cidade natal da candidata petista. Serra, no primeiro turno, ficou atrás de Dilma e de Marina. No encontro ele falou que aprendeu a fazer política em Minas e lembrou de Juscelino Kubitschek e até do poeta Carlos Drummond de Andrade.
Ele participou, na Associação Médica de Minas Gerais, de um encontro com prefeitos e militantes do PSDB. Ele tentou ser simpático aos mineiros quando afirmou que apesar de ser paulista, aprendeu a fazer política foi em Minas Gerais, na Bahia e no Rio de Janeiro. Disse que havia recebido o apoio de Maristela Kubitscheck, filha do ex-presidente Juscelino, e disse também que o ''grande salto econômico de São Paulo foi dado com a condução de um mineiro'', fazendo uma referência a industrialização implantada por Juscelino Kubitschek no meado do século passado. Arrancou aplausos quando afirmou: "quero ser o mais mineiro dos paulistas". Ele discursou envolvido numa bandeira de Minas. Serra citou até os escritores mineiros, disse que o primeiro poeta que leu e aprendeu a admirar foi o itabirano Carlos Drummond de Andrade. Falou também de Guimarães Rosas.
Na presença de prefeitos do interior, inclusive a prefeita de Lavras, Jussara Menicucci, o candidato disse que faria uma política municipalista. Todo o discurso de Serra foi acompanhado de perto pelos três mineiros eleitos: Anastasia, Aécio Neves e Itamar Franco. Serra não perdeu a oportunidade de alfinetar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando discursou em favor de propostas reivindicadas pelos prefeitos, como a regulamentação da Emenda 29. Ele acusou o governo federal de conceder isenções fiscais justamente aos impostos cuja renda é destinada aos municípios. ''O executivo e o Congresso tomaram decisões que foram boas para a população, mas a conta quem paga são os municípios'', afirmou.
Serra disse também que desafogará o orçamento dos municípios na área da saúde, principalmente através da regulamentação da Emenda 29, que define as atribuições da União, estados e municípios nos investimentos na área de saúde.
Quem discursou também foi o presidente da Associação Mineira dos Municípios, José Milton de Carvalho, ele reclamou do esgotamento dos recursos municipais e que as prefeituras estão reduzidas a ''pagadoras de folha e varredores de rua, porque não sobra dinheiro para investir''.