Fortunato foi o último carrasco do Império do Brasil
.
![]() |
@jornaldelavras |
![]() |
@jornaldelavras |
![]() |
(35) 99925.5481 |
. |
História de Lavras - por Eduardo Cicarelli
Transferido de Lavras no dia 22 de junho de 1835 para a cadeia de São João del-Rei, o escravo Fortunato José, posteriormente para a cadeia de Ouro Preto. Acusado da morte de sua senhora Custódia Paiva, viúva do fazendeiro João de Paiva, dono da propriedade onde Fortunato nasceu. Irritado com uma repreensão, tirou a vida da senhora com uma porretada na cabeça.
Fortunato foi julgado e condenado à morte, mas teve sua pena comutada em prisão perpétua mediante o compromisso de servir de carrasco do Império do Brasil, depois da morte do carrasco José Rezende, que exerceu a profissão por muitos anos em 29 localidades mineiras e 2 cariocas, sendo que uma das últimas execuções de José Rezende foi na Vila de Lavras, no dia 26 de junho de 1839, quando enforcou o escravo Joaquim Congo. Na quarta-feira, dia 26, estará fazendo 185 anos que ocorreu esta execução em Lavras.
O carrasco Fortunato tinha a expectativa de um dia receber o perdão do governo e se tornar um homem livre. Suas duas primeiras execuções ocorreram em dezembro de 1840, suas duas vítimas eram escravos. Na lista de mortos, há negros e brancos, homens e mulheres.
Algoz de 87 execuções, Fortunato iniciou sua carreira com 25 anos, encerando-a em 1874, quando em Minas Gerais aboliu-se a pena capital. Fortunato José acabou seus dias na cadeia de Ouro Preto.
Há entre os historiadores, divergências quanto à data de sua morte; uns mencionam o ano de 1877 e outros o de 1884. Assim definiu um jornalista da "Gazeta de Notícias", do Rio de Janeiro, quanto à dúvida da data de sua morte: "Não importa a data. Deus o mandou embora".
|
|