Cemitério da Saudade, de onde foram retirados os restos de caixões e ossos humanos. Foto: Jornal de Lavras
O tratorista Marcos Elias da Silva, 29 anos, responsável pela distribuição ordenada do lixo para ser compactado no aterro controlado de Lavras, acionou a Polícia Militar na manhã de quarta-feira, dia 29. Ele informou aos militares que havia encontrado ossos humanos naquele local quando distribuía o lixo para a compactação. Os policiais foram até o local e constataram a veracidade dos fatos.
O tratorista informou aos militares que o material havia sido despejado pela empresa Sercom Disck Caçambas, e que o motorista que transportou o material seria Denis Wellington Ribeiro, 40 anos.
Denis, motorista da Sercom Disk Caçambas, disse à polícia que apenas recolhe a caçamba e não olha o que tem dentro. Ele contou também que a caçamba foi recolhida no Cemitério da Saudade e que a prática de recolher entulhos deste local é corriqueira.
Erivelton Almeida Afonso, representante da CSD Engenharia, empresa que administra o aterro controlado, disse que a empresa recebe somente entulhos e que os ossos realmente foi uma surpresa.
O representante do Cemitério da Saudade, Marco Antônio Batista, secretário paroquial, disse que desconhecia a prática de descarte de ossos humanos no lixo, mas informou que restos de caixões, roupas e ornamentos são jogados na caçamba e depois são despejados no aterro controlado. Segundo Marco Antônio, os ossos são depositados em cova rasa e depois de três anos são colocados no ossário do cemitério, um buraco profundo onde são jogados os restos mortais, e que esta prática é comum em todos os cemitérios do Brasil.
A Vigilância Sanitária, a Polícia Ambiental e a polícia técnica da 30ª Delegacia Regional de Segurança Pública (Depol), compareceram ao local e realizaram os trabalhos de praxe. Foram recolhidos pela Polícia Científica da 30ª Depol, um fêmur, ossos de costelas, um maxilar inferior e outros fragmentos de ossos humanos. No local também foi constatado a presença de cinco urnas funerárias.
Um site de uma emissora de televisão regional chegou a publicar que haviam sido encontrados restos de corpos em decomposição e que todo o material havia sido despejado por um caminhão da prefeitura. A informação partiu de um jornal da cidade, mais tarde a emissora republicou a matéria e desfez o equívoco.