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Publicada em: 14/05/2024 14:54 - Atualizada em: 14/05/2024 18:49
O Papel Crucial da Saúde Única, do SUS e das Vacinas na Reconstrução do Rio Grande do Sul no Pós-Calamidade

José Cherem, médico e pesquisador do NUPEB/Ufla MSc. FCS/Ufla Doutorando em Epidemiologia e Saúde Única Aplicada ao Controle de Doenças e Promoção de Saúde.

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Por: Dr. José Cherem / Médico e Pesquisador do NUPEB/Ufla MSc. FCS/Ufla Doutorando em Epidemiologia e Saúde Única Aplicada ao Controle de Doenças e Promoção de Saúde.

O Rio Grande do Sul enfrenta atualmente o seu maior desafio climático registrado até o momento, destacando de forma inegável os impactos devastadores para pessoas, animais e vegetação da região, com repercussões que se estendem por todo o país. Em um evento de magnitude tão expressiva, não são apenas as árvores centenárias que perdem suas raízes, mas também comunidades inteiras e suas futuras gerações. Compreender os efeitos nefastos de uma calamidade dessa escala e trabalhar para mitigar suas consequências sobre o ecossistema, tanto animal quanto humano, é imperativo.

Nesse contexto, emerge a necessidade crucial da Saúde Única, que demanda o equilíbrio entre meio ambiente, saúde humana e bem-estar animal para assegurar uma convivência harmoniosa e preservar o que é valioso para todos nós. A população gaúcha encontra-se agora na fase aguda desta tragédia, onde o resgate e realocação de pessoas e animais de áreas afetadas tornam-se prioridade absoluta. Muitos necessitam de abrigos públicos, onde recebem assistência vital, como alimentos e água tratada, o que tem salvado inúmeras vidas.
Nesse momento desafiador, a solidariedade se faz presente, com milhões de brasileiros estendendo auxílio aos mais de 10 milhões de gaúchos afetados. Ainda que comovidos diante de tanto sofrimento, podemos nos orgulhar da coesão nacional que se revela em momentos de adversidade. Contudo, as repercussões pós-calamidade são inevitáveis. As infecções decorrentes do contato com água contaminada têm o potencial de causar doenças como a leptospirose e outros desafios de saúde pública, como as gastroenterites, que exigem respostas imediatas. Tanto a leptospirose quanto as gastroenterites são passíveis de tratamento medicamentoso, diminuindo drasticamente a forma grave da doença. Isso certamente já deve ser alvo tanto da Secretaria de Saúde do RS quanto do Ministério da Saúde e com toda certeza essas políticas de enfrentamento já estão sendo implementadas, é importante que essas informações cheguem a população para que busquem atendimento médico.
À medida que avançamos para além deste cenário agudo, a prevenção de doenças graves, como raiva e tétano, através de vacinação, assume papel crucial. O Sistema Único de Saúde (SUS) desempenha um papel fundamental, disponibilizando vacinas gratuitamente à população, uma medida que tem sido fundamental há décadas. É imprescindível reconhecer o papel vital das vacinas na proteção contra uma série de enfermidades infecciosas, reduzindo hospitalizações e mortes prematuras, para além desse cenário devastador que vive hoje a população rio-grandense. A intensificação de vacinas da gripe protegerá as pessoas devido às aglomerações que se formaram para abrigar as pessoas coletivamente.
Além dos desafios imediatos de saúde, é crucial implementar políticas de proteção e bem-estar animal, como programas de castração e adoção responsável, para evitar o sofrimento desnecessário de milhares de animais afetados pela catástrofe. Zoonoses como raiva, esporotricose e leishmaniose devem ser enfrentadas com vigor. No entanto, os desafios não cessam com o fim da fase aguda. A reconstrução das infraestruturas básicas, como abastecimento de água e saneamento, além da restauração de estradas e pontes, serão tarefas complexas e de longo prazo. É fundamental que a sociedade e os formuladores de políticas reconheçam a interconexão entre saúde humana, saúde animal e meio ambiente, e priorizem essas questões nas agendas políticas e sociais.
É essencial que o conceito de Saúde Única seja difundido em todas as esferas da sociedade, desde o ensino básico até o meio acadêmico e profissional, para que seja devidamente integrado às políticas públicas. Também não podemos subestimar o papel das vacinas. Doenças de altíssimo potencial de transmissão como Sarampo, Caxumba, Rubéola, Poliomielite, Hepatite A, Coqueluche devem ser minimizadas graças à cultura do povo brasileiro de se vacinar. Nesse sentido, mais uma vez destacamos o papel do SUS, que está sempre próximo da enorme maioria dos brasileiros. Com certeza, nenhum país em desenvolvimento ou pobre, tem um sistema público de saúde com essa eficácia. E no momento dessas tragédias e calamidades o SUS representa 100% da nossa esperança. Milhões de crianças e adultos estão mais protegidos graças às vacinas. É importante que todos entendam e divulguem a importância da proteção que as vacinas estão produzindo para diversas doenças infecciosas, diminuindo internações, morbidade e óbitos. Menos filhos e filhas perderão seus pais, menos pais e mães perderão seus filhos e filhas, graças às vacinas.
Este é um momento de união e solidariedade, onde cada indivíduo desempenha um papel fundamental na reconstrução e no cuidado com as vidas, sejam elas humanas ou animais. Felizmente graças ao desenvolvimento tecnológico, em especial aos conhecimentos epidemiológicos modernos na área de saúde, desenvolvimento de unidades móveis, medicamentos, consultas digitais e principalmente a proteção vacinal esperamos que em breve o nosso estado mais ao Sul esteja prosperando como sempre o fez.

 

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