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Publicada em: 19/07/2014 16:32 - Atualizada em: 20/07/2014 10:34
Morreu Rubem Alves
O Brasil perdeu Rubem Alves, o professor do Instituto Gammon de Lavras, o neto do Capitão Evaristo, do sobrado da praça Augusto Silva

Rosa Luto

 

WhatsApp do Jornal de Lavras: (35) 9925-5481

As letras estão órfãs, morreu Rubem Alves, o escritor, educador, teólogo e psicanalista, que nasceu em Boa Esperança e residiu em Lavras, cidade que visitava com muita frequência. Ele tinha 80 anos e morreu no final da manhã deste sábado, dia 19, com falência múltipla de órgãos, segundo declarações do boletim do Centro Médico de Campinas. Rubem Alves deu entrada naquele hospital com quadro de insuficiência respiratória devido a uma pneumonia e estava internado desde o dia 10 de julho na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com o boletim médico divulgado para a imprensa, ele foi a óbito às 11h50.

Seu quadro havia se agravado muito e, na manhã de hoje, o hospital divulgou uma nota informando que o paciente teve um agravamento da condição circulatória, e que caminhava para a falência múltipla de órgãos. O quadro de comprometimento das funções renais e pulmonar se agravava a cada dia de sua internação.

O educador nasceu no dia 15 de setembro de 1933 em Dores da Boa Esperança, hoje Boa Esperança, ele era um dos intelectuais mais respeitados do Brasil, publicou diversos textos em jornais e revistas do país e atuou como cronista, pedagogo, poeta, filósofo, contador de histórias, ensaísta, teólogo, acadêmico, autor de livros infantis e até psicanalista, de acordo com sua página oficial na internet.

Rubem Alves era protestante, estudou teologia e tornou-se pastor. Era casado com Lídia Nopper com quem teve três filhos: dois homens e uma mulher. Em Lavras foi professor do Instituto Presbiteriano Gammon e pregava na Primeira Igreja Presbiteriana do Brasil, na praça Leonardo Venerando. Em 1963, viajou para Nova York para fazer uma pós-graduação, quando retornou a Lavras, logo após o golpe militar, foi surpreendido ao saber que constava na lista dos religiosos procurados pelos militares. Saiu com a família do Brasil e foi estudar em Princeton, nos Estados Unidos, onde escreveu a tese de doutorado, que foi publicada em 1969 por uma editora católica com o título de 'A Theology of Human Hope' (Teologia da Esperança Humana).

Em 1968, ainda no auge da ditadura, ele retornou ao Brasil e demitiu-se da Igreja Presbiteriana e foi ministrar aulas de filosofia na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro (Fafi), hoje Unesp, onde permaneceu até 1974, quando deixou para ingressar no Instituto de Filosofia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde fez a maior parte da sua carreira acadêmica até se aposentar no início da década de 1990. Em 1984 iniciou o curso para formação em psicanálise e teve uma clínica até 2004.

Como escritor Rubem Alves foi premiado com o segundo lugar no Jabuti na categoria Contos e Crônicas, com o livro "Ostra Feliz Não Faz Pérola". Como educador escreveu: "Educar não é ensinar matemática, física, química, geografia, português. Essas coisas podem ser aprendidas nos livros e nos computadores. Dispensam a presença do educador. Educar é outra coisa. [...] A primeira tarefa da educação é ensinar a ver. [...] Quem vê bem nunca fica entediado com a vida. O educador aponta e sorri – e contempla os olhos do discípulo. Quando seus olhos sorriem, ele se sente feliz. Estão vendo a mesma coisa. Quando digo que minha paixão é a educação estou dizendo que desejo ter a alegria de ver os olhos dos meus discípulos, especialmente os olhos das crianças".

Sobre a morte e a religião, Rubem Alves escreveu em seu site oficial: "Eu achava que religião não era para garantir o céu, depois da morte, mas para tornar esse mundo melhor, enquanto estamos vivos."

Em Lavras, Rubem Alves deixa sobrinhos, cunhadas e muitos amigos, além de dois irmãos que aqui foram sepultados: Ismael Alves de Azevedo e Murilo Alves. Seu avô, Evaristo Alves de Azevedo, também enterrado em Lavras, era proprietário do famoso "sobrado do capitão Evaristo", casarão que foi consumido pelo fogo no dia 13 de maio de 1962. O casarão ficava onde é hoje a agência do Banco do Brasil. Em algumas de suas obras o educador faz referência ao sobrado.

O corpo do educador está sendo velado na Câmara Municipal de Campinas, cidade onde será sepultado. 

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