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Publicada em: 29/05/2019 08:45 - Atualizada em: 29/05/2019 14:05
A Esquadrilha da Fumaça e algumas coincidências com Lavras
É de Lavras o seu assessor de imprensa e em Lavras mora o filho de Wilhelm H.F. Stein, engenheiro responsável pela fabricação do T6 e que depois participou da fabricação dos atuais Tucanos na Embraer

É de Lavras o seu assessor de imprensa e em Lavras mora o filho de Wilhelm H.F. Stein, engenheiro responsável pela fabricação de seus primeiros aviões o T6 em Lagoa Santa e depois participou da fabricação dos atuais Tucanos na Embraer

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Além do atual assessor de imprensa da esquadrilha da fumaça, o tenente Marcus Vinicius Costa Lemos, ser de Lavras, mora em nossa cidade há mais de 15 anos, o jornalista Diter Stein, filho do engenheiro aeronáutico  Wilhelm Henrich Friedrich Stein (foto), responsável pela fabricação em Lagoa Santa, Minas Gerais, de 81 aviões NA T6, produzidos para o Ministério da Aeronáutica através de licença da North American Aviation, aviões com os quais a Esquadrilha da Fumaça  foi criada e utilizados por décadas, até serem substituídos pelos atuais Tucanos, cuja fabricação, o engenheiro Stein também teve participação.

Assim que o último T6 foi entregue em Lagoa Santa, o engenheiro Stein foi convidado pelo Marechal Montenegro, fundador e criador do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), que participava da solenidade, para fazer parte do IPD (Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento), em São José dos Campos (SP), um centro de pesquisas que deveria ser a origem da indústria aeronáutica no Brasil, onde foi projetado o Bandeirante, do qual originou a EMBRAER. Ao participar do grupo que fundou a Embraer, juntamente com o coronel Ozires Silva, o engenheiro Stein, mais uma vez, participou da fabricação dos aviões que seriam utilizados pela Esquadrilha da Fumaça, o EMB-312 Tucano, projeto nacional, que a partir de 1983 substituiu os antigos T6.

Se o Brasil tem hoje a Embraer como a terceira maior fabricante de aviões do mundo, hoje sócia da Boeing, isto se deve muito ao Marechal Casemiro Montenegro, ao ITA, CTA e ao IPD. O parque industrial aeronáutico alemão estava destruído devido a guerra e muitos cientistas procuravam outros países para desenvolverem seus projetos, como Werner Von Braun e sua equipe que desenvolveu para a NASA os foguetes Apolo.

Seguindo uma sugestão do engenheiro Stein, o Marechal Montenegro convidou o pioneiro da aviação alemã, construtor de aviões e pioneiro na construção de helicópteros, o engenheiro Heinrich Focke, fundador da  Focke-Wulf Flugzeugbau AG, fabricante do famoso caça da segunda guerra, o FW 190, e sua equipe, para desenvolverem seu protótipo no IPD, o projeto Convertplan, um avião que decolaria na vertical como os helicópteros e voaria na horizontal como os famosos Harrier, que os ingleses desenvolveriam anos depois. Entre os cientistas do grupo Focke, estava a nata da tecnologia aeronáutica alemã da época. A ideia do Marechal Casimiro era misturar os engenheiros recém formados pelo ITA a este grupo. Um brasileiro, o então coronel Ozires Silva, formado pelo ITA, se destacou no grupo, tornou-se depois o diretor do IPD e fez história na construção aeronáutica do Brasil.

Segundo Roberto Pereira de Andrade, autor do livro "A construção aeronáutica no Brasil" o engenheiro Wilhelm H. F. Stein, pai de Diter Stein, daqui de Lavras, é um dos pioneiros da construção aeronáutica no Brasil, chegou ao Brasil em 1937, através de contrato do Presidente Getúlio Vargas com a Focke-Wulf, empresa da qual Stein era um dos responsáveis pela fabricação, para aqui produzir 3 modelos de aviões da empresa: o FW 44, o FW 58 encerrando com a construção do FW 200. A fábrica foi construída pela Marinha na ilha do Galeão no Rio de Janeiro e lá sob a direção do engenheiro Stein fabricou 40 aviões de treinamento FW 44 Stiglizt, 35 bombardeiros FW 58 Weihe, que foi o primeiro avião bimotor fabricado no Brasil. A próxima linha de aviões da Focke- Wulf a ser fabricada pelo contrato, seria o FW 200 Condor, um quadrimotor para passageiros, considerado o mais moderno avião comercial da época, mas que, com o início da II Guerra Mundial, teve o contrato rompido.

Com a eclosão da guerra, o engenheiro Stein escolheu o Brasil como sua pátria e se naturalizou brasileiro. Com a guerra a indústria aeronáutica brasileira ficou paralisada, neste momento o Engenheiro Stein conheceu o mineiro Joaquim Rolla, que havia ganho o Cassino da Urca em uma mesa de jogo e com ele participou da construção do hotel Quitandinha em Petrópolis, esperando a guerra acabar. Mas esta é uma outra história.

No final da guerra, hospedado no Hotel Quitandinha, encontrou um velho conhecido, o Marechal Armando Trompowsky, na época Ministro da Aeronáutica do governo Dutra, que o convidou a voltar para a indústria aeronáutica e a fabricar para a aeronáutica os aviões T6 em Lagoa Santa.

Em 1967, o engenheiro Stein recebeu das mãos do presidente Castelo Branco, a Ordem do Mérito Aeronáutico pelos serviços prestados a Aeronáutica Brasileira e veio a falecer em 1998, aos 99 anos.

Legenda das fotos da galeria abaixo:

1-O robusto T6, fabricado em Lagoa Santa

2-Entrega dos primeiros T 6 fabricados em Lagoa Santa

3- Esquadrilha de T6 preparando decolagem

4-T6, caracterizado com a pintura que a esquadrilha da fumaça utilizava

5-O primeiro FW-58 Weihe, fabricado na Ilha do Governador, tem seu trem de pouso examinado pelo eng Stein.

6-A entrega dos 10 primeiros F-58, prontos para realizarem seu primeiro vôo

8-O FW200 em Nova York, terceiro modelo que seria  fabricado pela equipe do Engenheiro Stein na Ilha do Governador, de acordo com o contrato com a Focke Wulf- Getúlio Vargas

9-O engenheiro Stein entre integrantes da equipe do Grupo Focke, ao fundo o protótipo do helicóptero Beija Flor.

10-O diretor, do IPD na época, coronel Aldo Rosa, mostra o Beija Flor, protótipo fabricado pele equipe do Grupo Focke, cujo piloto de provas era o então coronel Piva

11-Protótipo do Bandeirante em fabricação nas instalações do IPD, no CTA

12-O Bandeirante sai da oficina em seu primeiro vôo, seu projetista, o engenheiro Max Holste e o eng. Stein

13- A EMBRAER torna-se a terceira maior fabricante de aviões do mundo, torna-se sócia da Boing, e a segunda maior fonte de receita de exportação do país, resultado de uma longa história de muito trabalho de visionários que acreditaram e mudaram a história do país.

(clique nas miniaturas para ver as fotos em tamanho real ou, para ver todas na sequencia, clique no link SlideShow do lado direito da galeria):

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