Técnico trabalha na copa da árvore para retirar as ervas que danificam as tipuanas
Lavras é conhecida como "Terra dos Ipês e das Escolas", mas não é o ipê a árvore símbolo da cidade e sim, a tipuana. A mais conhecida delas é a da praça Augusto Silva, que já passou dos cem anos e até ganhou muletas para ajudar amparar seus galhos frondosos. Outra tipuana majestosa é a da praça Dr. Jorge, a segunda árvore da espécie plantada em Lavras.
A tipuana é uma árvore de sombra, tem uma floração discreta, mas que não deixa de chamar a atenção pela beleza das flores amarelas. A tipuana é uma árvore grande, pode atingir até 15 metros de altura e uma copa com um raio de até 20 metros. Seu tronco e galhos são recobertos por uma casca grossa e rugosa, o que a torna hospedeira de plantas de várias espécies.
Algumas plantas que se hospedam nos galhos da tipuana são nocivas a árvore, como por exemplo, a erva-de-passarinho. A erva-de-passarinho é uma planta superior, uma parasita que ataca geralmente plantas lenhosas, como a tipuana, sugando sua seiva e podendo causar até sua morte se não for retirada. A parasita recebeu esse nome porque se espalha com a ajuda de passarinhos: eles ingerem as sementes que são eliminadas, mais tarde, junto com as fezes.
As tipuanas de Lavras estavam sendo atacadas pelas ervas-de-passarinho e seus galhos ficando enfraquecidos. Preocupado com a situação das tipuanas de Lavras, técnicos do Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura Municipal, elaboraram um projeto de retirada das ervas.
O Consórcio Funil, que gerencia a Hidrelétrica do Funil, se associou a Prefeitura e liberou uma parte dos recursos que foram usados para a limpeza das árvores. A primeira árvore que teve todos os parasitas retirados foi a da praça Augusto Silva. Esta semana a limpeza está sendo realizada na árvore da Dr. Jorge.
A primeira tipuana de Lavras foi plantada por Bernardino Maceira, engenheiro prático de competência comprovada, foi funcionário da Prefeitura e responsável pelo serviço de abastecimento de água. Nasceu em Barrosas, província do Porto, Portugal, em 20 de maio de 1863. Veio para o Brasil com apenas 8 anos e, quando rapaz, trabalhou na Estrada de Ferro Oeste de Minas. Residiu em São João del-Rei, Bom Sucesso, Ribeirão Vermelho e Lavras.
Bernardino Maceira foi também, engenheiro da Estrada de Ferro Paracatu e engenheiro de mina numa jazida de manganês em João Pinheiro. Ele morreu aos 85 anos no dia 8 de março de 1948.