Arquimedes de Abreu Filho
Quem esteve em Lavras na tarde de ontem, segunda-feira, dia 5, sob fortíssimo aparato de segurança e em segredo, foi Arquimedes de Abreu Filho, ele foi trazido a Lavras por agente penitenciários do presídio Nelson Hungria, de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Arquimedes é acusado de roubar e estuprar mulheres, sendo a maioria dentistas, na região metropolitana de Belo Horizonte, Alfenas e em Lavras.
Possuidor de uma extensa ficha criminal com 16 páginas, Arquimedes foi preso em 1996 e cumpriu pena na cidade de Alfenas até o ano de 2000, ocasião em que liderou uma rebelião na cadeia daquela cidade. Na época, ele fingiu ter sido atingido por um tiro. De alfenas ele foi transferido para o presídio de Unaí, na região Noroeste do Estado, onde permaneceu até 2005.
De Unaí, Arquimedes foi transferido para a Penitenciária Dutra Ladeira, em Neves, onde permaneceu até fevereiro de 2010, ganhando a liberdade condicional. Sua liberdade foi de fevereiro até o dia 11 de maio de 2010, quando foi preso pelo policial militar André Duarte, que estava a paisana e prendeu Arquimedes acreditando ser um assaltante. Arquimedes havia acabado de invadir um prédio no bairro Lagoa, em Ribeirão das Neves.
Ele chamou o morador por interfone dizendo que estava interessando em alugar um apartamento e pediu para entrar no prédio. A moradora abriu o portão e ainda mostrou um apartamento vago. Arquimedes aproveitou e invadiu o apartamento da vítima, no andar de baixo, já que ele estava aberto.
O marido da vítima estava em casa, deitado, com uma perna quebrada. Ele ouviu os gritos de socorro e começou a pedir ajuda. Arquimedes tentou fugir, mas foi parado pelo policial militar André Duarte, que estava de folga. Arquimedes apresentou a ele uma falsa carteira de identidade. O militar acionou uma radiopatrulha e os policiais reconheceram Arquimedes como sendo o maníaco procurado por todo o Estado de Minas.
Desde sua prisão ele foi levado para a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Durante a audiência de instrução, em setembro de 2010, dez testemunhas, sete vítimas e o acusado foram ouvidos. A oitava vítima foi ouvida em Lavras por carta precatória na época. Na audiência, ele entrou em contradição com o depoimento dado durante o período das investigações. Perante ao juiz ele afirmou que estuprou uma das vítimas e roubou as demais, enquanto para a polícia ele havia confessado a autoria de todos os crimes dos quais era acusado. As vítimas e as testemunhas confirmaram as denúncias.
De acordo com o Ministério Público, na maior parte dos casos, o acusado agendava atendimento odontológico no consultório das vítimas. Durante as consultas, ele as amarrava, roubava e as estuprava.
Desta vez Arquimedes foi ouvido em Lavras no Fórum "João Pimenta da Veiga". O processo contra Arquimedes corre em segredo de Justiça. Arquimedes de Abreu Filho, que é foragido do presídio de Lavras, quando foi preso, confessou o ataque a sete mulheres, mas oito haviam apresentado denúncia contra ele.