Céu de Lavras na manhã deste domingo amanheceu cortado. Foto: Jornal de Lavras
O homem sempre direcionou seu olhar para o céu, mesmo quando ainda não se pensava na possibilidade de voar, mas o céu já guiava os homens que traçavam seus mapas orientados pelas estrelas e o sol, que por séculos guiaram os navegantes, os bandeirantes e os aventureiros. Sobrevoar as nuvens é coisa relativamente nova, tem pouco mais de cem anos, tiramos os pés do chão por causa de dois brasileiros, o primeiro foi Bartolomeu de Gusmão, um sacerdote nascido em Santos (SP) que inventou o primeiro "aeróstato operacional", um balão navegável a que se chamou de "Passarola", o que fez com que o padre voador se tornasse uma figura importante na história da aeronáutica mundial.
Depois foi a vez de outro brasileiro, de um mineiro: Alberto Santos Dumont, o inventor do avião, responsável pela façanha de tirar do chão uma grande estrutura e realizar o primeiro vôo mais pesado que o ar, em 1906, em Paris, na França.
O tempo passou e o homem conquistou o espaço, chegou a Lua e aprimorou as aeronaves. Tudo mudou, menos o costume milenar dos homens: direcionar sempre seu olhar para o céu, sempre buscando encontrar alguma coisa. Na manhã deste domingo, quem acordou mais cedo teve a oportunidade de assistir um espetáculo interessante: o céu de Lavras parecia o jogo da velha, isso porque o tempo estava limpo e sem ventilação, mas principalmente devido a umidade relativa do ar, que tem estado muito baixa nos últimos dias.
As descargas dos jatos que cruzaram o céu deixaram linhas retas que permaneceram por muito tempo em suspensão, isso acontece porque o vapor que sai das turbinas do jato ao entrar em contato com o ar frio se congela, aquilo são cristais de gelo que se formam durante o trajeto do avião, ao contrário dos que muitos pensam, não é fumaça.
O fato é que quem olhou para o céu de Lavras - que segundo o apresentador Jô Soares é, juntamente com o céu de Brotas (SP), o mais lindo do mundo - cortado pelas linhas deixadas pelos jatos, certamente se encantou.